O governo da Estônia decidiu expulsar um diplomata russo como resposta às acusações de espionagem que levaram Moscou a mandar embora do país o Cônsul-geral da Estônia em São Petesburgo, Mart Lätte. As informações são do site estoniano ERR.ee.

“Na prática das relações internacionais, é comum que, quando um lado expulsa um diplomata, haja uma resposta simétrica do outro lado”, disse a primeira-ministra Kaja Kallas. “Sim, também temos o plano de dar esse passo. Uma resposta simétrica pode ser esperada”.

Mart Lätte foi acusado por Moscou de receber documentos confidenciais de um cidadão russo. Ele passou cerca de uma hora e meia detido e, depois disso, recebeu um prazo de 48 horas para deixar o país. Caso contrário, seria detido definitivamente pelas autoridades russas.

As acusações surgem na esteira de um conflito entre a Rússia e diversos países europeus, que igualmente acusam o governo Putin de espionagem. Tais incidentes levaram Bulgária, Itália, República Tcheca e Romênia a expulsarem diplomatas russos, ações que foram respondidas na mesma moeda por Moscou.

A própria Estônia viveu situação idêntica em abril. Na ocasião, a embaixada da Rússia em Tallin classificou a expulsão de um de seus diplomatas como um movimento “hostil e infundado” contra Moscou.

Rússia x UE

O Ministério de Assuntos Exteriores da Estônia, através de sua porta-voz Aari Lemmik, condenou a decisão da Rússia: “Entendemos que é outro exemplo de como a Rússia optou pelo confronto em vez de tentar reverter a tendência negativa nas relações com os Estados da UE”.

Lemmik negou as acusações que pesam contra Lätte. “Essa acusação de que ele estava de posse de documentos sigilosos é totalmente infundada. Isso é uma provocação. Todo o incidente foi uma armação”, disse ela.

Ex-república soviética, a Estônia é parte da União Europeia (UE) e da Otan (organização do Tratado do Atlântico Norte). Ao lado de Lituânia e Letônia, que também fizeram parte da União Soviética, as três são críticas ferozes do governo Putin.