Investigação preliminar sueca confirma sabotagem do gasoduto Nord Stream

Suécia diz que danos são fruto de "grave sabotagem". Vestígios de explosivos foram encontrados no local pelos investigadores

Nesta sexta-feira (18), autoridades suecas entregaram o resultado preliminar de uma investigação confirmando que as explosões que destruíram seções do gasoduto Nord Stream, responsável por transportar gás natural russo para a Alemanha, foram fruto de sabotagem. A afirmação é sustentada pelo trabalho de investigadores que encontraram vestígios de explosivos nos dutos do sistema. As informações são do jornal independente The Moscow Times

Os dutos Nord Stream 1 e 2, principais canais de fornecimento do combustível fóssil russo à Europa, tornaram-se um ponto de tensão na guerra econômica entre Moscou e os países da União Europeia (UE). Líderes europeus desconfiam de que Moscou esteja fazendo um jogo político para tentar aliviar os embargos do bloco contra o país em consequência da guerra na Ucrânia.

Em setembro, quando ocorreu o incidente, o Kremlin rejeitou com indignação as alegações de que a Rússia estaria por trás dos estragos da rede de tubulações no Mar Báltico. Na mesma época, Vladimir Putin também chamou a alegação de que Moscou usa a energia como arma de “um monte de bobagem”.

Gasotudo Nord stream: foco de tensão entre Rússia e UE (Foto: Pjotr Mahhonin/Wikimedia Commons)

Há dois meses, após institutos sísmicos registrarem duas explosões subaquáticas, quatro grandes vazamentos de gás foram identificados nos dois dutos do Nord Stream na ilha dinamarquesa de Bornholm. As detonações ocorreram nas áreas econômicas exclusivas da Suécia e da Dinamarca. O episódio impactou o fornecimento, e os trabalhos de reparo ainda não foram concluídos.

A partir dali, Rússia e países do Ocidente, em particular os Estados Unidos, passaram a trocar acusações sobre quem teria executado as explosões.

“As análises realizadas encontraram vestígios de explosivos em vários objetos estranhos nos locais das explosões”, disse nesta sexta (18) o promotor Mats Ljungqvist, que lidera a investigação. Ele acrescentou que análises técnicas seguirão, com o objetivo de “tirar conclusões mais confiáveis ​​sobre o incidente”.

O trabalho investigativo tem o apoio da guarda costeira, das forças armadas e da polícia suecas.

A Rússia vai esperar até que uma avaliação completa dos danos seja feita antes de decidir sobre os reparos, disse nesta sexta (18), em coletiva de imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, conforme repercutiu a agência Reuters.

“É muito importante encontrar quem está por trás dessa explosão”, afirmou Peskov.

Em outubro, o Ministério da Defesa da Rússia acusou a marinha britânica de explodir os oleodutos. Londres rebateu a acusação, alegando ser “falsa e destinada a desviar a atenção dos fracassos militares russos na Ucrânia”.

Kiev e parceiros ocidentais seguem atribuindo a responsabilidade à Rússia.

No mês passado, Moscou disse que estava pronta para retomar as entregas de gás pelas partes do gasoduto não afetadas pelos vazamentos, com Putin dizendo que “a bola está do lado da UE”.

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