Lituânia recorda os 80 anos de deportação em massa por forças soviéticas

Domínio soviético sobre o país báltico terminou com 280 mil pessoas deportadas à força para a Sibéria

Entre os dias 14 e 18 de junho de 1941, mais de 17 mil pessoas foram deportadas à força da Lituânia por forças da extinta União Soviética. Nesta segunda-feira (14), no “Dia de Luto e Esperança”, os lituanos recordaram a data com uma cerimônia realizada ao lado dos trilhos de onde partiram os trens, segundo a Associated Press.  

Inicialmente, as deportações atingiam oposicionistas ao governo soviético. Com o passar do tempo, porém, tal motivação praticamente desapareceu, e as deportações ocorriam muitas vezes para tomar as propriedades das vítimas. O destino era quase sempre os campos de trabalho na Sibéria, de onde poucos retornavam.

Lituânia recorda os 80 anos de deportação em massa por soviéticos
Mulheres lituanas em cerimônia do dia 14 de junho (Foto: Divulgação)

Em cerimônia realizada na capital lituana, Vilnius, o presidente Gitanas Nauseda relembrou o que o país considera um dos dias mais terríveis de sua história. Ele citou soviéticos e nazistas como algozes da Lituânia: “Esses regimes nos causaram inimagináveis dor e sofrimento”. 

Cinco décadas

A ocupação da Lituânia pelos soviéticos durou exatos 50 anos, entre 1940 e 1990. Somente no primeiro, calcula-se que 280 mil lituanos foram deportados da União Soviética, sendo que apenas um terço conseguiu voltar para casa. Nos Bálcãs, a ação é classificada como “genocídio”.

Aurelija Staponkute, hoje com 83 anos, é uma das sobreviventes e participou das homenagens desta segunda. “Não sabemos o que o futuro nos trará. Mas, seja o que for, temos que proteger nossa liberdade. Afinal, lutamos muito duro para conquistá-la”. 

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