Melhor resposta à retórica nuclear russa é aprimorar dissuasão nuclear da Otan, afirma Stoltenberg

Chefe da aliança também destacou preocupações com ameaças nucleares vindas da China, da Coreia do Norte e do Irã

Em uma rara menção ao arsenal nuclear do Ocidente, o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, destacou na quarta-feira (12) os esforços da aliança para adaptar suas capacidades às atuais ameaças à segurança, levando em consideração a retórica e os exercícios nucleares recentes da Rússia. As informações são da agência Ukrinform.

Antes de uma reunião de dois dias dos ministros da Defesa da aliança militar transatlântica em Bruxelas, em julho, que incluirá uma sessão do grupo de planejamento nuclear, ele afirmou que as armas de destruição em massa são a “última garantia de segurança” da Otan e um meio essencial para preservar a paz.

Além de alertar para o discurso nuclear perigoso de Moscou nos últimos anos, Stoltenberg citou o anúncio de envio de armas nucleares para Belarus e exercícios nucleares russos adicionais.

Ele também destacou o aumento das capacidades nucleares da China, que está passando por uma “modernização intensa”, e enfatizou que, no “futuro próximo”, é esperado um significativo aumento de mísseis nucleares chineses, superando em muito os números atuais.

Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, novembro de 2022 (Foto: NATO/Flickr)

Diante dessa situação, Stoltenberg enfatizou que o sistema de dissuasão nuclear da Otan é essencial para garantir a segurança da aliança e é o principal meio de dissuasão e defesa.

Este sistema, conhecido como “partilha nuclear”, está em vigor há muitos anos, com os Estados Unidos implantando armas nucleares na Europa e os aliados fornecendo infraestrutura como aviões de combate, instalações de armazenamento, estruturas de comando e outros suportes para assegurar um “dissuasor nuclear eficaz e seguro”.

Ao discutir o que chamou de “ajustes contínuos” no arsenal nuclear da Otan, Stoltenberg mencionou que a Holanda anunciou em junho que os primeiros caças F-35 estavam prontos para transportar armas nucleares, enquanto Washington está atualizando suas armas nucleares na Europa, repercutiu a agência Reuters.

O chefe da aliança observou o aumento da atividade russa em relação às suas capacidades nucleares, descrevendo-a como uma retórica perigosa nos últimos anos e meses, além de notar o aumento nos exercícios realizados pela Rússia com o arsenal atômico.

Além das ameaças nucleares representadas por Moscou e Beijing, também há preocupações com o programa nuclear da Coreia do Norte e os esforços do Irã nesse sentido, segundo a autoridade. Para enfrentar tais situações, Otan deve comunicar “de forma clara” que seu sistema de dissuasão nuclear é “moderno, confiável, eficaz, seguro e capaz de dissuadir qualquer potencial agressor.”

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