ONU destaca paridade total de gênero nos Jogos Olímpicos deste ano em Paris

Comitê Olímpico Internacional afirma que reservou metade do limite das vagas do evento esportivo para atletas femininas

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Na segunda-feira (1º), o Conselho de Direitos Humanos debateu a promoção dos direitos humanos por meio do esporte e do ideal olímpico em sessão que acontece em Genebra.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, anunciou que os Jogos Olímpicos Paris 2024 serão os primeiros com paridade total de gênero porque a instituição “alocou exatamente 50% das vagas nas cotas para atletas femininas”.

Parceria com o Comitê Paralímpico Internacional

Para o chefe do COI, a decisão promove a igualdade de gênero e apoia o esporte paralímpico em todo o mundo por meio da parceria com o Comitê Paralímpico Internacional.

Na mesa redonda com o título “Promovendo a inclusão no e por meio do esporte”, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse que o ambiente esportivo não é imune ao racismo, à violência contra as mulheres, à corrupção e à discriminação.

Os anéis olímpicos e a Torre Eiffel ao fundo, em Paris, outubro de 2017 (Foto: Nicolas Michaud/Flickr)

Turk explicou ainda que quando os atletas usam suas vozes para promover a igualdade no esporte, eles são defensores dos direitos humanos.

Para o alto comissário “há ainda um longo caminho a percorrer para garantir o respeito total pelos direitos humanos e a inclusão no esporte”.

Garantir acesso a recursos e evitar violações

Turk relembrou que os “Estados têm a responsabilidade primária de abordar essas questões de forma abrangente e proativa, além de garantir o acesso a recursos e evitar novas violações”.

Ele acrescentou que cabe às autoridades dos países estabelecer uma política de tolerância zero ao racismo e a todas as formas de discriminação no esporte, incluindo o antissemitismo e a islamofobia.

Turk pediu que se mantenha o compromisso com políticas e programas inclusivos de gênero que apoiem o empoderamento das mulheres.

Indemnização e responsabilização

O chefe de direitos humanos apontou ainda a discriminação com base em religião ou traje religioso, deficiência, nacionalidade ou orientação sexual e identidade de gênero.

Quanto às mulheres transgênero e intersexo, ele disse que frequentemente enfrentam discriminação contínua, com pouco lugar para buscar indenização e responsabilização adequadas.

O COI destacou que provavelmente o símbolo mais emblemático do compromisso com a inclusão nos jogos da capital francesa “é a Equipe Olímpica de Refugiados do COI, que participará com um número recorde de atletas em Paris.”

O debate contou ainda com a presença do atleta sul-sudanês Pur Biel. Ele fez parte da primeira Equipe Olímpica de Refugiados do COI nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e vive nos Estados Unidos.

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