Rússia é acusada de executar prisioneiros de guerra ucranianos

Autoridade ucraniana acusa forças russas de executarem cinco prisioneiros de guerra desarmados, à queima-roupa, após rendição. O caso foi denunciado à ONU e ao CICV como mais uma violação da Convenção de Genebra

As forças armadas russas foram acusadas de executar cinco prisioneiros de guerra ucranianos, de acordo com uma denúncia feita por Dmytro Lubinets, ouvidor de direitos humanos da Ucrânia. A acusação se junta a outras alegações de crimes de guerra envolvendo militares russos desde o início da invasão pelas forças do Kremlin. As informações são da Radio Free Europe.

Lubinets afirmou no domingo (22) que soldados russos atiraram nos cinco prisioneiros desarmados à queima-roupa após eles se renderem. Embora não tenha fornecido detalhes adicionais sobre o incidente, ele disse, por meio de sua conta no Telegram, que uma unidade militar ucraniana havia divulgado um vídeo documentando o tiroteio.

“Relatarei este caso à ONU e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV)”, declarou Lubinets.

Ele também enfatizou a necessidade de responsabilizar os envolvidos. “Os criminosos de guerra russos que executaram prisioneiros de guerra ucranianos devem ser levados a um tribunal internacional e punidos com a punição mais severa prevista na lei”.

O ombudsman dos direitos humanos da Ucrânia, Dmytro Lubinets (Foto: WikiCommons)

Até o momento, o governo russo não se pronunciou sobre a acusação, mas tem consistentemente negado envolvimento em crimes de guerra desde o início do conflito.

Crimes de guerra

Dmytro Lubinets também revelou, no início de dezembro, que havia 177 casos confirmados de execuções de prisioneiros de guerra ucranianos realizados por militares russos desde o início da invasão.

O procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin, já havia classificado essas execuções como parte de uma “política deliberada” da Federação Russa. Em uma declaração feita em 15 de outubro, Kostin afirmou que execuções extrajudiciais e torturas são utilizadas como armas de guerra, intimidação e destruição. Ele destacou que os casos não se tratam de incidentes isolados, mas de uma estratégia sistemática e organizada.

O think tank Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, da sigla em inglês), em relatório divulgado em outubro, observou um aumento nas execuções de prisioneiros de guerra ucranianos pelas forças russas. O documento apontou que “comandantes russos provavelmente estão tolerando, incentivando ou ordenando diretamente essas execuções”.

Execuções

De acordo com um projeto de inteligência de código aberto da Ucrânia, em 13 de outubro, forças russas executaram nove prisioneiros de guerra ucranianos perto da vila de Zeleny Shlyakh, na região de Kursk. O incidente teria ocorrido em 10 de outubro.

Dmytro Lubinets classificou tais ações como uma violação grave da Convenção de Genebra sobre o Tratamento de Prisioneiros de Guerra. Ele afirmou ter comunicado o caso à ONU (Organização das Nações Unidas) e ao CICV, solicitando investigação e responsabilização dos envolvidos.

A situação permanece sem comentários oficiais por parte das autoridades russas.

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