O Ministério da Defesa da Ucrânia divulga diariamente um balanço da guerra com a Rússia, com número de baixas nas fileiras inimigas e de veículos e armas destruídas. Embora careçam de verificação independente, os dados são geralmente compatíveis com estimativas de governos e agências de inteligência estrangeiros. Ao longo dos últimos sete dias, contados a partir de 25 de abril, Kiev calcula que Moscou vem sofrendo duras perdas, com mais de mil soldados mortos ou feridos na média diária.
Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, até esta quinta-feira (2), a Ucrânia calcula que a Rússia sofreu 470.870 baixas, considerando-se os combatentes que foram mortos ou feridos gravemente a ponto de não mais poderem retornar ao campo de batalhas. Esses números foram inflados pela quantidade elevada de perdas nos últimos sete dias.

Desde 25 de abril, o dia mais violento para as tropas russas foi 29 de abril, com a Ucrânia alegando que Moscou perdeu 1.320 soldados. O dia seguinte foi o segundo com mais baixas, 1.250. No total, o governo ucraniano calcula que o inimigo sofreu 7.890 baixas em sete dias, média diária de 1.127 soldados atingidos.
Um evento particularmente trágico para a Rússia foi relatado nesta quinta-feira (2) pela revista Newsweek. Um vídeo reproduzido na rede social X, antigo Twitter, por uma analista de código aberto mostra o que seriam mísseis fornecidos pelos EUA disparados pelas tropas ucranianas contra um campo de treinamento russo na região de Luhansk.
Segundo o analista, ao menos um dos mísseis atingiu um grupo de cerca de cem militares russos. A geolocalização do vídeo confirma o local do ataque e a data, mas não é possível afirmar com precisão o número de baixas.
At least one ATACMS directly hit this cluster of soldiers pic.twitter.com/tB9mVdbznN
— OSINTtechnical (@Osinttechnical) May 1, 2024
Tanto russos quanto ucranianos omitem os números de baixas oficiais, sob o argumento de que as mortes poderiam comprometer o moral no campo de batalhas. Assim, os balanços feitos por entidades independentes, governos estrangeiros e este do Ministério da Defesa da Ucrânia ajudam a jogar alguma luz sobre a questão.
Um levantamento que se destaca dos demais é feito em parceria pela rede BBC e o site Mediazona. Os dois veículos de mídia levam em conta somente militares que foram identificados pelo nome e cujas mortes foram confirmadas oficialmente. Para tanto, usam informações publicamente disponíveis, como documentos oficiais, manifestações de familiares em redes sociais e publicações da imprensa regional.
Com base no método criterioso de apuração, a BBC e o Mediazona dizem que conseguiram confirmar até agora 51.679 mortes. E isso representaria apenas uma parcela dos militares russos que de fato perderam a vida no conflito, vez que não entram na lista casos que carecem de confirmação. Os investigadores dizem que “o número real de mortes russas provavelmente será muito maior.”