A ponte da Crimeia, um dos principais ativos simbólicos e logísticos da guerra entre Rússia e Ucrânia, voltou a ser atacada nesta terça-feira (3). A ofensiva foi conduzida com explosivos subaquáticos, segundo declarou o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), que assumiu a autoria da ação em um comunicado publicado no Telegram. As informações são do jornal The Moscow Times.
“Hoje continuamos essa tradição, desta vez sob a superfície”, afirmou o chefe do SBU, tenente-general Vasyl Maliuk. Ele ressaltou que esta é a terceira vez que a estrutura é atacada desde o início da invasão russa em 2022.
Segundo o SBU, o plano levou meses para ser executado e envolveu a colocação de cerca de 1,1 mil quilos de explosivo nos suportes da ponte. “A ponte da Crimeia é um alvo plenamente legítimo, especialmente por ser utilizada como rota principal de abastecimento para as forças russas”, declarou Maliuk.
O primeiro dos explosivos foi detonado às 4h44 do horário local. De acordo com o SBU, os danos afetaram a base dos pilares da ponte e nenhum civil foi ferido. Um vídeo do momento da explosão foi divulgado pelas autoridades ucranianas, que descreveram o estado atual da ponte como “crítico”. A informação, no entanto, não pôde ser verificada de forma independente.
Autoridades russas ainda não comentaram oficialmente o ataque. Pouco depois do anúncio ucraniano, o tráfego na ponte foi temporariamente interrompido. Canais pró-Kremlin no Telegram relataram a queda de um drone ucraniano nas proximidades às 6h da manhã. Entre 5h e 9h, o trânsito foi parcialmente suspenso, segundo informaram autoridades locais da península da Crimeia, anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.
Militares e blogueiros russos com conexões com o Ministério da Defesa da Rússia colocaram em dúvida a versão de que explosivos foram plantados diretamente nos pilares. Eles sugerem que um drone subaquático tenha sido utilizado na operação, o que não foi confirmado por Kiev.
A ponte da Crimeia tem sido um alvo estratégico da resistência ucraniana por ser um elo vital entre a Rússia continental e as forças estacionadas no sul da Ucrânia. Os dois ataques anteriores, em 2022 e 2023, também causaram interrupções no tráfego e exigiram reparos estruturais, embora o governo russo tenha sempre minimizado os danos publicamente.