UE renova confiança em Von der Leyen para presidir a Comissão Europeia

Ursula von der Leyen, António Costa e Kaja Kallas foram escolhidos para liderar o bloco econômico nos próximos cinco anos, apesar da oposição dos líderes da Itália e da Hungria

Na quinta-feira (27), os líderes da União Europeia (UE) se reuniram em Bruxelas e nomearam Ursula von der Leyen para um segundo mandato de cinco anos como presidente da Comissão Europeia. Kaja Kallas, primeira-ministra da Estônia, foi escolhida para ser a próxima chefe de relações exteriores da UE, e António Costa, ex-primeiro-ministro de Portugal, foi indicado para ser o próximo presidente das cúpulas da UE. As informações são da rede BBC.

As nomeações de Von der Leyen e Kallas ainda precisam ser confirmadas pelo Parlamento Europeu. Por outro lado, Costa foi automaticamente eleito por seus ex-colegas e assumirá o cargo em 1º de dezembro.

Ainda na quinta, os líderes também aprovaram a Agenda Estratégica, um documento que delineia amplamente as ambições para orientar o trabalho futuro dos três indicados.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Alemanha, em 2019 (Foto: WikiCommons)

Todos os três candidatos são de facções centristas e pró-UE. Von der Leyen é do partido de centro-direita alemão, Costa é socialista e Kallas é liberal. O pacote de liderança representa continuidade para a UE em um momento de incerteza geopolítica, apesar do aumento no apoio aos partidos de extrema direita nas recentes eleições para o Parlamento Europeu.

As negociações entre partidos centristas causaram descontentamento entre excluídos, especialmente a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, que criticou a forma “surreal” do pacote de liderança e pediu mais inclusão e discussões aprofundadas. Meloni afirmou que a mensagem dos cidadãos nas urnas estava sendo ignorada.

Meloni, líder do bloco Conservadores e Reformistas Europeus (ECR, na sigla em inglês), foi excluída das negociações sobre as nomeações, mesmo com o ECR sendo o terceiro maior grupo no parlamento após as eleições europeias.

O líder húngaro Viktor Orbán chamou o acordo de “vergonhoso”. Em contraste, líderes como o alemão Olaf Scholz e o francês Emmanuel Macron buscaram concluir o processo rapidamente, segundo repercutiu a Euronews.

“Estamos enfrentando grandes desafios, especialmente a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. É importante que a Europa se prepare para essas tarefas”, disse Scholz ao chegar.

Von der Leyen precisa de 361 votos para um segundo mandato. Teoricamente, ela conta com o apoio do Partido Popular Europeu, liberais e social-democratas, mas a margem é estreita. Se reconfirmada, uma de suas principais tarefas será manter o apoio da UE à Ucrânia, o que pode ser desafiador se Donald Trump vencer a eleição nos EUA.

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