Ursula von der Leyen reeleita como presidente da Comissão Europeia

Após votação secreta, a alemã de 65 anos recebeu 401 votos a favor, superando amplamente a maioria absoluta necessária

Nesta quinta-feira (18), Ursula von der Leyen foi novamente escolhida como presidente da Comissão Europeia, o braço Executivo dos 27 países da União Europeia (UE), para um segundo mandato de cinco anos. Ela recebeu o apoio de 401 dos 720 eurodeputados, superando a maioria absoluta necessária para sua eleição. As informações são do Expresso.

Von der Leyen, indicada pelo Partido Popular Europeu (PPE), o maior grupo no Parlamento Europeu, e recomendada aos membros do parlamento pelos líderes da UE, recebeu aprovação durante a Assembleia Geral. Na votação com voto secreto, 284 votaram contra e 15 se abstiveram.

Na eleição anterior, que ocorreu em 2019, a margem foi significativamente menor, com sua eleição sendo decidida por apenas nove votos em um Parlamento composto por 705 eurodeputados na época.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Alemanha, em 2019 (Foto: WikiCommons)

Algumas horas antes, durante um discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo, Ursula von der Leyen criticou Viktor Orbán – sem mencionar diretamente o nome do primeiro-ministro húngaro – por sua recente visita a Moscou logo após o início da presidência rotativa da Hungria no Conselho da UE. Ela alertou que “a Rússia está apostando na fragilidade da Europa e do Ocidente” e expressou preocupação com “alguns países europeus que estão se alinhando” com essa postura.

A presidente da Comissão Europeia aspira a ser uma figura de estabilidade frente às disputas comerciais com a China, à possível reeleição de Donald Trump nos EUA, e aos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.

Trajetória no cargo

Atualmente com 65 anos, Ursula von der Leyen foi nomeada presidente da Comissão Europeia em julho de 2019, assumindo o cargo em dezembro do mesmo ano como a primeira mulher a ocupar essa posição, com o apoio da maioria dos líderes do Parlamento Europeu e da União Europeia.

No seu primeiro mandato, Ursula von der Leyen implementou o ambicioso Pacto Verde, que visa descarbonizar a indústria e o transporte, apesar das críticas sobre suas exigências para empresas e agricultores.

Nesse período, ela também enfrentou críticas por sua gestão de crises, incluindo a aquisição inicial de vacinas contra a Covid-19 e os atrasos na distribuição, resultando em ações judiciais por supostos abusos de cargo. Suas políticas climáticas ambiciosas encontraram oposição de alguns Estados-Membros e partidos de extrema direita preocupados com os impactos econômicos.

Após a invasão russa da Ucrânia, ela expressou seu apoio a Kiev e delineou uma estratégia para reduzir a dependência energética da Europa em relação à Rússia.

Além disso, sua postura de apoio a Israel após os ataques a Gaza em outubro de 2023 provocou reações tanto na Europa quanto dentro das instituições da UE.


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