Nesta quinta-feira (18), Ursula von der Leyen foi novamente escolhida como presidente da Comissão Europeia, o braço Executivo dos 27 países da União Europeia (UE), para um segundo mandato de cinco anos. Ela recebeu o apoio de 401 dos 720 eurodeputados, superando a maioria absoluta necessária para sua eleição. As informações são do Expresso.
Von der Leyen, indicada pelo Partido Popular Europeu (PPE), o maior grupo no Parlamento Europeu, e recomendada aos membros do parlamento pelos líderes da UE, recebeu aprovação durante a Assembleia Geral. Na votação com voto secreto, 284 votaram contra e 15 se abstiveram.
Na eleição anterior, que ocorreu em 2019, a margem foi significativamente menor, com sua eleição sendo decidida por apenas nove votos em um Parlamento composto por 705 eurodeputados na época.

Algumas horas antes, durante um discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo, Ursula von der Leyen criticou Viktor Orbán – sem mencionar diretamente o nome do primeiro-ministro húngaro – por sua recente visita a Moscou logo após o início da presidência rotativa da Hungria no Conselho da UE. Ela alertou que “a Rússia está apostando na fragilidade da Europa e do Ocidente” e expressou preocupação com “alguns países europeus que estão se alinhando” com essa postura.
A presidente da Comissão Europeia aspira a ser uma figura de estabilidade frente às disputas comerciais com a China, à possível reeleição de Donald Trump nos EUA, e aos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.
Trajetória no cargo
Atualmente com 65 anos, Ursula von der Leyen foi nomeada presidente da Comissão Europeia em julho de 2019, assumindo o cargo em dezembro do mesmo ano como a primeira mulher a ocupar essa posição, com o apoio da maioria dos líderes do Parlamento Europeu e da União Europeia.
No seu primeiro mandato, Ursula von der Leyen implementou o ambicioso Pacto Verde, que visa descarbonizar a indústria e o transporte, apesar das críticas sobre suas exigências para empresas e agricultores.
Nesse período, ela também enfrentou críticas por sua gestão de crises, incluindo a aquisição inicial de vacinas contra a Covid-19 e os atrasos na distribuição, resultando em ações judiciais por supostos abusos de cargo. Suas políticas climáticas ambiciosas encontraram oposição de alguns Estados-Membros e partidos de extrema direita preocupados com os impactos econômicos.
Após a invasão russa da Ucrânia, ela expressou seu apoio a Kiev e delineou uma estratégia para reduzir a dependência energética da Europa em relação à Rússia.
Além disso, sua postura de apoio a Israel após os ataques a Gaza em outubro de 2023 provocou reações tanto na Europa quanto dentro das instituições da UE.