Agência da ONU alerta para o déficit histórico dos fundos de operação

Escritório para Assistência Humanitária das Nações Unidas precisa de mais de US$ 34 bilhões para continuar com o auxílio

A ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou que o custo de projetos de assistência neste ano deve chegar a US$ 50 bilhões. E, apesar de promessas de financiamento, apenas US$ 15 bilhões foram entregues até agora pelos países. O alerta foi feito pelo Ocha (Escritório da ONU para Assistência Humanitária) na sexta-feira (12).

A agência diz que é o maior buraco de financiamento de sua história, num momento em que 303 milhões de pessoas estão vivendo em áreas de crise em todo o globo.

O apelo da ONU quer alcançar 204 milhões dentre os mais vulneráveis. O porta-voz do Ocha, Jens Laerke diz que o problema agora é a demanda no mundo subindo mais rapidamente que o financiamento obtido.

E os humanitários estão sendo solicitados a fazer mais e mais em ambientes perigosos. No ano passado, mais de 140 trabalhadores humanitários foram mortos em serviço, o número mais alto desde 2013. Ainda em 2021, 203 humanitários ficaram feridos e 117 foram sequestrados enquanto trabalhavam.

Afegãs em centro de distribuição de comida de Herat, no Afeganistão (Foto: Sayed Bidel/Unicef)

Segundo Jens Laerke, Sudão do Sul, Afeganistão e Síria continuam sendo os países mais violentos. Somente neste ano, 168 trabalhadores humanitários foram atacados e 44 morreram.

Neste 19 de agosto, Dia Mundial Humanitário, o Ocha lança uma campanha chamada “É preciso uma aldeia”, na tradução do inglês. A iniciativa mostra como os trabalhadores humanitários se unem para aliviar necessidades extremas.

Assim como o ditado “é preciso uma aldeia para criar uma criança”, é preciso uma aldeia de humanitários trabalhando com comunidades atingidas para levar ajuda e esperança a pessoas afetadas por crises.

O chefe do Ocha, Martin Griffiths, disse que, neste ano, o público está convidado a participar na rede social do Dia Humanitário. A data foi criada pela Assembleia Geral em 2008 para marcar o aniversário do atentado terrorista à sede da ONU em Bagdá, no Iraque.

O prédio da Missão das Nações Unidas no país foi alvo de um caminhão-bomba em 19 de agosto de 2003. No ataque, morreram 22 funcionários da organização incluindo o chefe da Missão da ONU no país, o brasileiro Sergio Vieira de Mello.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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