Chefe da OMS elogia ‘marco histórico’ na corrida para evitar próxima pandemia

Estados-Membros da ONU adotaram declaração política que visa a melhor preparar o mundo para novos surtos de doenças

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

Os Estados-Membros da ONU (Organização das Nações Unidas) se comprometeram na quarta-feira (19) a evitar uma repetição das devastadoras crises sanitárias e socioeconômicas causadas pela Covid-19 e a reforçar a capacidade do mundo de evitar outra pandemia.

Ao adotar uma declaração política histórica na primeira cúpula sobre prevenção e resposta a pandemias, as nações também se comprometeram a voltar ao caminho certo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030.

“É um marco histórico no esforço urgente para tornar todas as pessoas do mundo mais seguras e melhor protegidas dos impactos devastadores das pandemias”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde).

“Saúdo este compromisso dos líderes mundiais de fornecer o apoio político e a orientação necessária para que a OMS, os governos e todos os envolvidos possam proteger a saúde das pessoas e tomar medidas concretas no sentido de investir nas capacidades locais, garantindo a equidade e apoiando a arquitetura global de saúde de emergência que o mundo precisa”, acrescentou.

A declaração foi o resultado de meses de intensas negociações para refinar e acordar ações nacionais, regionais e globais. Será submetida oportunamente à Assembleia Geral para aprovação formal.

Diretor-geral da OMS durante discurso em assembleia geral virtual (Foto: OMS/Reprodução)
Pontos principais

A declaração política afirma a necessidade de os Estados-Membros concluírem negociações sobre um acordo formal para prevenção, preparação e resposta a pandemias, também conhecido como Acordo Pandêmico, e fazerem alterações específicas no Regulamento Sanitário Internacional até maio do próximo ano.

Apela também aos Estados para que abordem os impactos negativos, na saúde física e mental, da desinformação, do discurso de ódio e da estigmatização relacionados à saúde, especialmente nas plataformas de redes sociais. Em vez disso, apela a campanhas de informação pública baseadas na ciência e nos fatos.

Os Estados-Membros também se comprometeram a reforçar a força de trabalho da saúde e as capacidades de resposta rápida, vigilância e capacidades de produção local, para que os países possam satisfazer as suas próprias necessidades de prevenção, preparação e resposta a pandemias.

Aprender com os erros

Falando na cúpula, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que a resposta global à Covid-19 demonstrou tanto a engenhosidade humana como expôs as deficiências da sociedade.

Embora os testes rápidos e o desenvolvimento de vacinas tenham sido conquistas notáveis, houve também uma falta de preparação, impactos desproporcionais sobre os mais pobres do mundo e acumulação de vacinas por parte das nações ricas.

“Não devemos repetir os erros do passado quando a próxima pandemia atacar, como sabemos que acontecerá, e surgirem outras ameaças à saúde”, disse ele.

Reiterando a importância da declaração, o chefe da ONU instou os países a apoiarem a OMS, incluindo o aumento das suas contribuições financeiras.

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