Inteligência artificial é aposta para melhorar prevenção de desastres naturais

Líderes do setor, como Microsoft, Google e Amazon, debateram o uso da tecnologia na prevenção de eventos extremos

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

As grandes empresas de tecnologia podem contribuir com a meta dos alertas precoces para todos. Essa foi a conclusão de debates realizados no Congresso Meteorológico Mundial, que acontece em Genebra, na Suíça, até a sexta-feira (2).

Líderes do setor como Microsoft, Google, Meta, Amazon e Alibaba participaram de uma sessão de alto nível sobre o uso da tecnologia na preparação para eventos ambientais e climáticos extremos.

O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, disse que o desafio dos desastres naturais causados pela ação humana “devem ser enfrentados como uma joint venture dos setores público e privado”.

Segundo ele, existe um “número crescente” de empresas de tecnologia da informação interessadas em contribuir com o estabelecimento de sistemas de alertas precoces em países em desenvolvimento.

O encontro reforçou que a inteligência artificial pode ter um papel importante na avaliação de riscos.

O plano estratégico da OMM para o período 2024 a 2027 incorpora elementos de ponta da inteligência artificial para impulsionar progressos rápidos em ciência e tecnologia.

Carros estacionados enquanto a água sobe na cidade de Bernkastel-Kues, Alemanha, 19 de julho de 2021 (Foto: Dylan Leagh/Unplash)
Projeto-piloto

A agência pretende implementar a ferramenta em um projeto-piloto de previsões do tempo de curto prazo, conhecido como nowcasting. O método consiste em uma descrição meteorológica detalhada do momento presente até seis horas à frente.

O nowcasting tem como foco a necessidade de informações rápidas, atualizadas e de alta qualidade sobre tempestades, tornados, ventanias, nevascas chuva de granizo, dentre outros eventos climáticos.

Segundo Taalas, o uso da inteligência artificial pode significar um “apoio imensurável” para alertas precoces em várias áreas.

Durante o evento, as empresas do setor de tecnologia da informação assumiram compromissos com a agenda.

Compromissos das empresas

A Microsoft disse que a inteligência artificial e satélites de alta resolução podem ser usados para mapear populações em risco e na avaliação de danos pós-desastre, como foi o caso do terremoto na Turquia este ano.

O Google considera cooperar com a OMM realizando projetos-piloto sobre inundações em alguns países. Atualmente a empresa está trabalhando com a Rede de Informações em Saúde sobre Aquecimento Global, copatrocinada pela OMM. A meta da iniciativa é combater o calor extremo e informar as pessoas sobre como se manter seguras e se proteger.

A Amazon disse estar comprometida em usar o poder do armazenamento de dados em nuvem para apoiar sistemas globais de alerta precoce. A empresa está apoiando o novo sistema de informação da OMM, que é a estrutura para o compartilhamento de dados meteorológicos, hidrológicos, climáticos e oceânicos.

A Meta declarou ter recursos de resposta a desastres desde 2014, alcançando milhões de pessoas em comunidades impactadas por crises em 125 países. A empresa, responsável por redes sociais como Facebook e Instagram, citou ações como alertas de verificação de segurança, páginas de crise, e mecanismos de ajuda a comunidades afetadas.

Já o conglomerado de comércio digital Alibaba mencionou o uso de inteligência artificial para ajudar na prevenção e redução de desastres, com foco na Ásia. Os exemplos citados pela empresa foram a convocação de embarcações de pesca em condições climáticas de tufão, limpeza de rios em temporada de enchentes e promoção da segurança urbana.

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