Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News
A luta contra a mortalidade infantil atingiu um marco histórico anunciado pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quarta-feira (13), com as últimas estimativas revelando que o número de crianças que morrem prematuramente antes de completar cinco anos caiu para 4,9 milhões em 2022.
Os números divulgados pelo Grupo Interagências para a Estimativa da Mortalidade Infantil (IGME) revelam que a taxa global de mortalidade de menores de cinco anos diminuiu 51% desde 2000.
Alguns países como o Camboja, o Malawi, a Mongólia e Ruanda reduziram a taxa de mortalidade de menores de cinco anos em mais de 75% durante esse período.
A diretora executiva do Unicef (Fundo das Nações Unidas Para a Infância), Catherine Russell, elogiou os esforços dedicados das parteiras, dos profissionais de saúde e dos agentes comunitários de saúde, cujo empenho contribuiu para o notável declínio.
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“Ao longo de décadas de compromisso de indivíduos, comunidades e nações para chegar às crianças com serviços de saúde eficazes, de baixo custo e de qualidade, demonstramos que temos o conhecimento e as ferramentas para salvar vidas”, disse ela.
O IGME da ONU foi criado em 2004 para compartilhar dados e melhorar métodos para estimativas de mortalidade infantil, acompanhando os progressos alcançados no sentido dos objetivos de sobrevivência infantil. É liderado pelo Unicef e compreende a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Grupo do Banco Mundial e a Divisão de População para os Assuntos Econômicos e Sociais (DESA) da ONU.
Longo caminho pela frente
Apesar destes ganhos, o relatório salienta que ainda há um longo caminho a percorrer para acabar com todas as mortes evitáveis de crianças e adolescentes, uma vez que milhões continuam a morrer de causas tratáveis, incluindo complicações no parto prematuro, pneumonia, diarreia e malária.
A maioria destas mortes ocorre na África Subsariana e no Sul da Ásia, realçando as disparidades regionais no acesso a cuidados de saúde de qualidade.
O relatório observou também que a instabilidade econômica, os conflitos, as mudanças climáticas e o impacto persistente da pandemia da Covid-19 continuam minando o progresso e exacerbando as disparidades existentes nas taxas de mortalidade.
“Embora tenha havido um progresso bem-vindo, todos os anos, milhões de famílias ainda enfrentam o sofrimento devastador de perder um filho, muitas vezes nos primeiros dias após o nascimento”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“O local onde uma criança nasce não deve ditar se ela viverá ou morrerá. É fundamental melhorar o acesso a serviços de saúde de qualidade para todas as mulheres e crianças, inclusive durante emergências e em áreas remotas”, acrescentou ele.
Respondentes críticos da linha de frente
Melhorar o acesso a serviços de saúde de qualidade e salvar as crianças de mortes evitáveis exige investimento na educação, no emprego e em condições de trabalho dignas para que os profissionais de saúde prestem cuidados de saúde primários, incluindo os profissionais de saúde comunitários.
Juan Pablo Uribe, diretor global de Saúde, Nutrição e População do Banco Mundial, enfatizou a necessidade de acelerar o progresso. “Devemos a todas as crianças garantir que tenham acesso aos mesmos cuidados de saúde e oportunidades, independentemente do local onde nasceram”, disse.