Não há indícios de testes nucleares no mundo, diz chefe da AIEA

Rafael Grossi afirma que o sistema global de monitoramento não registrou nenhum sinal de testes nucleares em 2025

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou nesta sexta-feira (14) que não há qualquer indício de testes nucleares realizados por países em 2025, segundo dados do sistema global de monitoramento mantido pela comunidade internacional. As informações são da Anadolu.

Grossi concedeu entrevista coletiva em Kaliningrado após uma reunião com Alexey Likhachev, chefe da estatal russa Rosatom, dedicada à avaliação da situação da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia desde 2022.

De acordo com o chefe da AIEA, nenhum evento sísmico ou acústico compatível com testes de armas nucleares foi registrado. O sistema internacional, que reúne sensores distribuídos em diversos continentes, é projetado para detectar explosões subterrâneas, atmosféricas ou submarinas.

Rafael Mariano Grossi em visita a usina de Zaporizhzhya pela Missão de Apoio e Assistência da AIEA em setembro (Foto: Fredrik Dahl /IAEA – Flickr)

“Há uma organização em Viena que monitora a realização de testes de armas nucleares. E, segundo esse sistema de monitoramento, que está atualmente em operação, não houve nenhum evento que indique a realização de tais testes”, disse Grossi, respondendo a perguntas sobre possíveis testes por qualquer nação, incluindo os Estados Unidos.

A declaração ocorre em meio a um cenário geopolítico tenso, marcado por acusações mútuas entre grandes potências e pelo avanço de programas nucleares em países como Coreia do Norte e Irã. Mesmo assim, segundo a AIEA, não há evidências que sustentem rumores recentes sobre explosões artificiais de grande escala.

Para especialistas, o posicionamento público de Grossi tem efeito duplo: reduz especulações que circulam em redes sociais e reforça a confiança no sistema internacional de vigilância, considerado um dos elementos centrais do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT).

A reunião entre Grossi e Likhachev também abordou a segurança operacional de Zaporizhzhia, tema que a agência acompanha de perto desde o início da guerra. A AIEA mantém equipes no local para monitorar riscos de falhas elétricas, danos estruturais e o estado do reator.

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