Novo recorde de temperatura no Ártico faz soar o alarme sobre as mudanças climáticas

Média de temperatura mais altas sobre o Ártico gerou queimadas devastadoras e perdas de grandes massas de glaciares no oceano, segundo a OMM

A OMM (Organização Meteorológica Mundial) confirmou nesta terça-feira (14) que registrou a temperatura de 38º C numa cidade siberiana, no ano passado, um recorde para a região do Mar Ártico. De acordo com a agência da ONU (Organização das Nações Unidas), em 20 de junho ocorreu uma longa onda de calor em Verkhoyansk, que perdurou em grande parte do verão do Ártico siberiano.

“O Ártico é uma das regiões do mundo onde o aquecimento é o mais rápido, tendo atingido o dobro do aquecimento global. A média nas temperaturas sobre o Ártico na Sibéria alcançou mais de 10º C acima do normal na maior parte de 2020, gerando queimadas devastadoras e perdas de grandes massas de glaciares no oceano. São manifestações do impacto das mudanças climáticas”, disse Filipe Lúcio, diretor de serviços e desenvolvimento da OMM.

Para o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, o novo registro do Ártico acontece ao mesmo tempo em que ocorre uma série de investigações simultâneas sem precedentes. E, sem as mudanças climáticas, ele alerta que o recorde não teria ocorrido.

Geleira na Sibéria: aquecimento global fez a temperatura chegar a 38º na região (Foto: Sergei Pesterev/Unsplash)

Os investigadores da OMM observaram que o Ártico estava esquentando quase o dobro da média global. Em 2020, a Antártida teve um novo recorde de temperatura de 18,3º C. Também foram verificadas leituras de 54,4º C no Vale da Morte, no Estado norte-americano da Califórnia, que detinha o recorde de lugar mais quente do mundo, além de um novo ápice europeu de 48,8º C na Sicília em agosto de 2021, que deve ser confirmado em breve.

A OMM destaca ainda os recentes eventos meteorológicos nos Estados Unidos, onde o Arquivo de Temperatura e Clima Extremo manteve dados sobre diversos fenômenos, incluindo tornados e mortalidade.

O maior número de óbitos num tornado foi de 1,3 mil pessoas, após um evento em Bangladesh em 1989. Já a maior distância percorrida por uma ocorrência do fenômeno foi de 352,4 km em 3,5 horas nos Estados Unidos em 1925. Em 10 e 11 de dezembro deste ano, mais de 30 tornados foram relatados nos estados de Arkansas, Illinois, Kentucky, Missouri, Mississippi e Tennessee. Nos seis eventos ocorridos durante a noite houve pelo menos 80 mortos.

Por fim, a OMM citou uma investigação sobre o frio extremo observado, recentemente, nos países nórdicos. A agência tem apurado se a corrente está enfraquecendo, fazendo com que encurvasse em certos lugares e que as massas de ar ártico caíssem para latitudes mais baixas para permanecer por longos períodos.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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