ONU: mais de 300 milhões de pessoas vivem fora do país de nascimento, aponta OIM

Relatório divulgado no Dia Internacional dos Migrantes destaca desafios humanitários, impacto econômico e a necessidade de rotas seguras

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência da ONU, informou que cerca de 304 milhões de pessoas vivem atualmente fora de seus países de nascimento, o equivalente a quase 4% da população mundial. Os dados foram divulgados na quinta-feira (18), no Dia Internacional dos Migrantes. As informações são da Anadolu.

Segundo a OIM, a migração faz parte da dinâmica global e está diretamente ligada à vida de famílias e comunidades em todos os continentes. A agência defende a criação de sistemas migratórios mais justos e inclusivos, capazes de garantir proteção às pessoas em movimento e apoio às comunidades que as recebem.

Migrantes de Laos e Mianmar fazem fila para receber doações em Bangkok, Tailândia (Foto: ILO Asia-Pacific)
Impacto econômico da migração

O relatório destaca que, apenas em 2024, migrantes enviaram aproximadamente 905 bilhões de dólares em remessas internacionais, principalmente para países de baixa e média renda. Esses recursos ajudam milhões de famílias a arcar com custos básicos como alimentação, educação e saúde.

Além disso, a OIM ressalta que trabalhadores migrantes contribuem com habilidades, inovação e empreendedorismo, fortalecendo economias locais e sustentando setores estratégicos como saúde, construção civil, agricultura e tecnologia, especialmente em países com população envelhecida.

Deslocamentos forçados e rotas perigosas

Apesar da relevância econômica e social, a agência alerta para o agravamento dos desafios humanitários. No fim de 2024, cerca de 83,4 milhões de pessoas estavam deslocadas internamente em razão de conflitos armados, violência e desastres naturais.

A falta de rotas migratórias regulares continua empurrando milhares de pessoas para trajetos perigosos. O Mar Mediterrâneo permanece como uma das rotas mais letais do mundo, com mais de 33 mil mortes registradas desde 2014, segundo a OIM.

Apelo por migração segura e digna

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também se manifestou sobre a data, afirmando que nenhuma jornada migratória deveria terminar em tragédia. A agência lembrou que quase 80 mil pessoas morreram em deslocamentos migratórios na última década, muitas delas sem identificação.

Tanto a OMS quanto a OIM defendem políticas que garantam migração segura, regular e digna, com foco na proteção da vida, no direito à saúde e na cooperação internacional.

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