Ao menos 28 agentes humanitários morreram nos ataques ao Líbano em 24 horas, diz OMS

Agência diz que profissionais de saúde enfrentam 'circunstâncias desafiadoras ao confrontar a morte e a destruição'

Os ataques realizados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) no Líbano mataram ao menos 28 trabalhadores humanitários dentro de um intervalo de 24 horas. Os dados foram divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na quinta-feira (3) e reproduzidos pelo jornal The Washington Post.

De acordo com a OMS, “os profissionais de saúde no Líbano estão enfrentando circunstâncias desafiadoras ao confrontar a morte e a destruição em nível pessoal e profissional”. O país sofre principal com os intensos bombardeios realizados por Israel, que também realiza uma incursão terrestre no sul do país.

Soldados da Unifil fazem patrulha no sul do Líbano (Foto: UN Photo)

A operação por terra teve início na segunda-feira (30), com soldados israelenses entrando no território pela primeira vez desde 2006. Sob o argumento de enfraquecer o Hezbollah, grupo local apoiado por Teerã, o Estado judeu disse que planejava uma operação curta e concentrada, mas os recentes desdobramentos indicam que os planos foram alterados para algo maior e mais longo.

De acordo com a OMS, o sistema de saúde libanês já estava em crise desde as explosões de dispositivos de recebimento de mensagens em 17 e 18 de setembro, e a situação piorou bastante em razão dos duros bombardeios.

“As explosões causaram uma onda de ferimentos quase idênticos: amputações, traumas oculares e ossos do quadril e do fêmur quebrados. Isso levou a capacidade do hospital a um ponto quase de ruptura”, afirmou Fathalla Fattouh, cirurgião cardiovascular e torácico chefe do Hospital Universitário Rafik Hariri (RHUH). “Fomos forçados a tomar decisões difíceis”, acrescentou.

Na quinta, quando a OMS relatou as mortes dos agentes humanitários, mais um intenso bombardeio foi realizado por jatos militares de Israel em Beirute. O objetivo era matar Hashem Safieddine, apontado como sucessor de Hassan Nasrallah na liderança do Hezbollah. Em um primeiro momento, não foi informado se o alvo foi ferido ou morto.

A agência infrmou, ainda que seu Sistema de Vigilância de Ataques relatou 45 profissionais de saúde mortos e 65 ficaram feridos desde que a escalada na fronteira, em 8 de outubro de 2023. Os números que não incluem aqueles que foram feridos fora do serviço.

Tags: