Coalizão saudita faz trégua de duas semanas no Iêmen

Medida visa evitar possível surto do novo coronavírus no país, em guerra desde 2015

A Arábia Saudita declarou nesta quinta-feira (9) um cessar-fogo unilateral no Iêmen, previsto para durar duas semanas. Foram suspensas todas as operações em terra, mar e ar, de acordo com as forças sauditas.

O secretário-geral António Guterres havia pedido, duas semanas atrás, tréguas entre países em guerra durante a pandemia global do Covid-19. O pedido foi reforçado no caso do Iêmen, onde ainda não foram registrados casos do novo coronavírus, pelos temores de uma contaminação em massa.

Antes da guerra, iniciada há cinco anos, após a invasão de Sanaa por rebeldes houthis, o país já era considerado um dos mais pobres do mundo. Com o conflito, surgiu ali a mais grave crise humanitária do mundo hoje.

Em território iemenita, cerca de metade dos centros médicos está fechada e há desabastecimento generalizado de alimentos, combustível e medicamentos. Nos últimos dez dias, ao menos 270 pessoas morreram em decorrência do conflito.

A capital iemenita, Sanaa, em imagem de 2007, antes da guerra (Foto: Wikimedia Commons)
A capital iemenita, Sanaa, em imagem de 2007, antes da guerra (Foto: Wikimedia Commons)

É o momento de “utilizar a oportunidade e cessar imediatamente as hostilidades com a máxima urgência”, afirmou Martin Griffiths, enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) ao Iêmen, em conflito com os vizinhos ao norte desde 2015.

Guterres também fez um apelo para o fim das hostilidades, pedindo ao governo apoiado pelos sauditas baseado na cidade portuária de Áden e aos rebeldes houthis na capital Sanaa, que interajam entre si “de boa fé e sem precondições”, com o auxílio de Griffiths.

A Arábia Saudita já conta 2.795 casos confirmados do novo coronavírus, com 41 mortes.

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