Conflito em Gaza completa dez dias com quatro mil mortos, inclusive líderes do Hamas

ONU diz que entre os mortos estão 1,3 mil vítimas dos ataques do Hamas e 2.670 pessoas atingidas pela contraofensiva israelense

O conflito entre Hamas e Israel, iniciado após um ataque realizado pelo grupo radical em 7 de outubro, completou dez dias nesta terça-feira (17) com mais de quatro mil pessoas mortas. Entre elas, segundo as Forças de Defesa da Israel (IDF, na sigla em inglês), estariam sete líderes da organização extremista.

Em sua página no Facebook, as IDF alegaram ter eliminado seis figuras importantes do Hamas: Ali Qadi, comandante de companhia; Muetaz Eid, comandante de segurança do distrito sul; Zachariah Abu Ma’amar, chefe de Relações Internacionais; Joad Abu Shmalah, ministro da Economia de Gaza; Belal Alqadra, comandante de companhia; Merad Abu Merad, chefe da matriz aérea do grupo.

Soldados das Forças de Defesa de Israel durante o conflito com o Hamas (Foto: facebook.com/idfonline)

Posteriormente, através da rede social X, antigo Twitter, Israel anunciou mais uma morte entre as lideranças do Hamas. “Acabamos de eliminar Ayman Nofal, um importante agente do Hamas. Nofal era o Comandante da Brigada Central do Hamas em Gaza e ex-Chefe da Inteligência Militar”, diz post das IDF.

De acordo com o governo israelense, Nofal “dirigiu muitos ataques contra civis israelenses e, além de ser uma das figuras mais dominantes da organização terrorista, esteve envolvido no planejamento do sequestro de Gilad Shalit”, um soldado israelense sequestrado em 2006 e libertado cinco anos depois. “Não vamos parar até eliminarmos o Hamas”, acrescenta a publicação das IDF.

Por sua vez, o Escritório da ONU para os Direitos Humanos anunciou na terça que mais de quatro mil pessoas morreram em função do conflito, que ainda fez mais de um milhão de deslocados. São 1,3 mil vítimas dos ataques realizados pelo Hamas e 2.670 mortos na contraofensiva israelense.

Sem qualquer sinal de que o conflito seja abrandado, o órgão das Nações Unidas afirma que “o receio é que o número de vítimas civis aumente ainda mais nos próximos dia.”

Entre as vítimas fatais estão inúmeras mulheres e crianças, bem como 28 funcionários de saúde e 14 trabalhadores da ONU. Já o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) alega que ao menos 15 jornalistas, 11 deles palestinos, morreram nos primeiros dez dias de hostilidades.

Paralelamente, a Faixa de Gaza, sob ataque constante e com acesso bloqueado por Israel, enfrenta situação humanitária catastrófica devido ao corte no abastecimento de água e à escassez de alimentos e medicamentos.

“A população corre risco de morte por falta de água. Uma linha de abastecimento foi aberta nesta terça-feira durante apenas três horas no sul de Gaza. As reservas de combustível nos hospitais deverão durar apenas mais 24 horas”, afirmou a ONU na terça, acrescentando que há “indicações de violações diárias das leis da guerra e do direito internacional dos direitos humanos.”

Nos últimos dias, Israel e Hamas também atualizaram o número de reféns do grupo extremista, que é de 199, 50 a mais que o número conhecido anteriormente. Inclusive, um vídeo foi publicado com imagens de Mia Schem, jovem de 21 anos que está em poder dos radicais. Ela conversou com a câmera e mostrou um dos braços sendo tratado para ferimentos possivelmente sofridos durante o ataque.

“No momento estou em Gaza”, diz ela no vídeo. “Só peço que seja devolvida o mais rápido possível para minha família, meus pais e meus irmãos. Por favor, tirem-nos daqui o mais rápido possível.”

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