Em Gaza, 945 mil deslocados precisam de assistência para se abrigar no inverno

Chuvas, inundações e temperaturas congelantes podem piorar ainda mais a catástrofe humanitária

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) alertou para o “impacto devastador” das chuvas de inverno e das temperaturas congelantes sobre os palestinos deslocados em Gaza.

A diretora-geral da agência, Amy Pope, destacou que pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo pelo menos sete bebês, morreram devido à hipotermia.

A família Mahmoud Al-Daqs preparando comida em sua tenda deteriorada (Foto: UN News)
Barracas danificadas

Em comunicado divulgado na sexta-feira, a OIM reforçou a necessidade urgente de abrigos para evitar que a “catástrofe humanitária sem precedentes” em Gaza se agrave ainda mais.

As fortes chuvas e inundações já estão afetando locais de deslocamento e abrigos improvisados, expondo as famílias a condições de saúde perigosas. Muitas delas lutam para reparar barracas danificadas pelo uso prolongado.

As restrições sistemáticas ao acesso a Gaza, relatadas pelo Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), têm prejudicado gravemente a entrega de ajuda. Desde setembro do ano passado, apenas 285 mil pessoas receberam itens de abrigo.

Itens necessários

Em meados de dezembro, o Shelter Cluster, grupo de coordenação da ONU com organizações humanitárias internacionais e locais, estimou que pelo menos 945 mil palestinos ainda necessitam de assistência urgente para enfrentar o inverno.

Itens essenciais incluem roupas térmicas, cobertores, lonas para proteger os abrigos da chuva e do frio, kits de vedação e novas tendas.

Desde meados de novembro, a OIM entregou quase 180 mil itens de abrigo de emergência a parceiros dentro de Gaza. Além disso, a agência possui mais de 1,5 milhão de suprimentos de inverno prontos em armazéns e pontos de entrada, mas as restrições de acesso continuam impedindo que esses materiais cheguem aos necessitados.

A OIM reiterou seus apelos por um cessar-fogo que permita a entrega segura e imediata de ajuda vital, a proteção de civis e a libertação de reféns.

Tags: