Especialista alerta que ar tóxico em Gaza é uma “sentença de morte” para palestinos

De acordo com dados da OMS, quase 1 milhão de casos de infecções respiratórias agudas foram registrados em Gaza desde o dia 7 de outubro

Especialistas alertam que milhões de palestinos na Faixa de Gaza estão sendo expostos a ar poluído e tóxico, uma verdadeira “sentença de morte”. No enclave sitiado e sob constante bombardeio, centenas de milhares de pessoas enfrentam problemas respiratórios, com médicos prevendo que o número de casos aumentará à medida que as bombas israelenses liberam mais substâncias químicas no ar, misturando-se à poeira dos inúmeros escombros que cobrem Gaza. As informações são do Middle East Monitor.

A crise de saúde em Gaza deve se agravar quando o sistema médico for restaurado e os hospitais voltarem a operar, permitindo a realização de testes e serviços básicos destruídos pelos ataques israelenses.

Riyad Abu Shamala, otorrinolaringologista em Gaza, alerta para um possível aumento de defeitos congênitos e casos de câncer de pulmão, especialmente quando departamentos como radiologia e tomografia forem reativados. Ele prevê um agravamento geral da situação devido à deterioração das condições de vida, aumento da poluição e contaminação do ar e da água.

Infraestrutura civil tem sido alvo de ataques desde o dia 7 de outubro (Foto: WikiCommons)

Desde 7 de outubro do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou 995 mil casos de infecções respiratórias agudas no enclave.

Outro fator poluente é o uso de óleo vegetal como substituto do diesel, segundo o médico. As condições de vida em Gaza são extremas, com superlotação em campos de deslocados, onde milhares de tendas ficam próximas a pilhas de lixo, exacerbando a crise de saúde. Além disso, a imunidade das pessoas está comprometida devido à desnutrição, já que muitos dependem de alimentos enlatados como principal fonte de sustento.

Desde outubro passado, Israel lançou mais de 70 mil toneladas de bombas sobre Gaza, deixando mais de 40 milhões de toneladas de escombros. As equipes de resgate civil trabalham dentro de prédios destruídos, escavando os destroços sem nenhum equipamento de proteção adequado

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