Irã diz que buscará compensação financeira dos EUA por destruição de instalações nucleares

Governo iraniano vai apresentar queixa à ONU e acusa Washington de agressão deliberada contra infraestrutura civil

O governo do Irã afirmou nesta semana que buscará compensação dos Estados Unidos pelos danos causados aos seus complexos nucleares durante ataques aéreos recentes. A declaração foi feita pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, em entrevista ao canal libanês Al-Mayadeen. Segundo ele, Teerã também apresentará uma queixa formal à ONU (Organização das Nações Unidas). As informações são da revista Newsweek.

“Os Estados Unidos devem compensar o Irã pelos danos causados às suas instalações”, declarou Khatibzadeh, ao comentar os impactos da ofensiva que, segundo autoridades iranianas, destruiu instalações-chave como Natanz, Fordow e Esfahan. O vice-ministro afirmou ainda que a ofensiva violou normas internacionais e compromete os esforços diplomáticos em curso.

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã (Foto: WikiCommons)

O Irã insiste que o ataque não atingiu apenas alvos militares, mas destruiu infraestrutura civil estratégica. A iniciativa de levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU busca, segundo Khatibzadeh, responsabilizar Washington pela escalada de violência e pela ameaça à estabilidade regional.

Na mesma entrevista, o vice-chanceler destacou a resiliência do país diante das pressões externas. “O Irã é uma civilização que não pode ser eliminada, e o presidente americano deve saber disso”, afirmou. “O que não foi alcançado por meio da agressão não será alcançado pela diplomacia”, completou.

As declarações foram dadas após o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, confirmar que as instalações nucleares do país sofreram “danos significativos” após 12 dias de confrontos. A ofensiva teve início com bombardeios israelenses e foi intensificada com a entrada dos Estados Unidos no conflito.

As autoridades iranianas ainda não divulgaram detalhes sobre a documentação que será enviada à ONU nem o valor exato da compensação esperada. O governo dos Estados Unidos ainda não respondeu oficialmente às acusações.

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