Irã executa homem acusado de ser um espião a serviço do Mossad, de Israel

Pedram Madani foi enforcado sob acusação de transmitir informações sigilosas em troca de moedas estrangeiras e criptomoedas

Um iraniano de 41 anos foi executado por enforcamento após ser condenado por espionagem em favor de Israel. Segundo informou a agência estatal IRNA na quarta-feira (28), Pedram Madani visitou Israel, encontrou-se com agentes do serviço secreto israelense Mossad e repassou informações classificadas sobre instalações com equipamentos de infraestrutura no Irã. As informações são da agência Associated Press (AP).

O Supremo Tribunal do Irã confirmou a pena de morte aplicada por uma instância inferior, que considerou Madani culpado de colaborar com o Mossad. O relatório da IRNA afirma que, em troca dos dados fornecidos, o homem teria recebido pagamentos em moedas estrangeiras e criptomoedas. Ele também teria se reunido com representantes da inteligência israelense na embaixada de Israel na Bélgica.

Prédio do Mossad em Tel Aviv (Foto: WikiCommons)

As autoridades israelenses não comentaram o caso. Madani havia sido detido em 2020, mas os detalhes de seu julgamento e das provas apresentadas contra ele não foram divulgados.

A execução ocorre em meio a um aumento expressivo no número de penas capitais aplicadas no país. O grupo Iran Human Rights, com sede na Noruega, registrou ao menos 60 execuções em apenas dez dias recentes. Segundo a mesma organização, Madani é a terceira pessoa executada este ano no Irã sob a acusação de espionagem para Israel, acusação muitas vezes sustentada por denúncias genéricas ou pouco transparentes.

No mês passado, outro homem foi executado após ser condenado por colaborar com o Mossad e ter supostamente participado do assassinato de um coronel da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) em 2022, na capital Teerã.

A IRNA não especificou quais instalações foram alvo das informações entregues por Madani nem detalhou o valor recebido. A execução foi confirmada pelas autoridades judiciais iranianas, mas não há confirmação independente dos termos exatos do processo ou da defesa do acusado.

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