As autoridades israelenses anunciaram a prisão de Eduard Yusupov, um homem de 65 anos acusado de atuar como espião para o Irã. A acusação formal foi apresentada nesta segunda-feira (24) e aponta que o indivíduo teria fotografado locais sensíveis sob orientação de agentes da inteligência iraniana, segundo comunicado conjunto do Shin Bet e da polícia de Israel. As informações são da revista Newsweek.
A investigação revelou que Yusupov vinha realizando operações de vigilância desde outubro. Ele foi inicialmente abordado por um homem que alegava ser um azeri residente em Dubai e que o recrutou para atividades de espionagem em favor de Teerã. Entre os alvos monitorados estariam bases militares, o Porto de Haifa, as refinarias de petróleo de Haifa e o Centro de Pesquisa Nuclear de Negev.

Para cumprir sua missão, Yusupov alugou um apartamento em Haifa com vista para o porto, facilitando o monitoramento das atividades locais. Embora suspeitasse estar trabalhando para uma entidade hostil, ele continuou a seguir as instruções de seus mandantes. De acordo com o Shin Bet, esses mandantes eram, de fato, agentes iranianos.
Os pagamentos feitos a Yusupov teriam sido realizados em criptomoedas, totalizando dezenas de milhares de dólares. O uso dessa forma de pagamento visava dificultar o rastreamento das transações pelas autoridades e ocultar os vínculos com as redes de inteligência iraniana.
Esta não é a primeira vez que agentes iranianos recrutam cidadãos israelenses para fins de espionagem. Recentemente, Dorov Bokobza, de 29 anos, foi preso após tentar vender informações classificadas a operativos iranianos. Em outro caso, Moti Maman, de 73 anos, foi condenado por espionagem e por planejar o assassinato de autoridades israelenses, incluindo o primeiro-ministro e o ministro da Defesa.
Em alerta à população, autoridades de segurança israelenses divulgaram um comunicado alertando para a ameaça de espionagem estrangeira. “O Shin Bet e a Polícia de Israel novamente alertam cidadãos e residentes do Estado de Israel contra manter contato com entidades estrangeiras de Estados inimigos e/ou fontes não identificadas, muito menos realizar missões para eles em troca de pagamento ou qualquer outro motivo.”