Uma proeminente figura da Al-Qaeda foi morta durante um ataque de drones coordenado pelas forças dos Estados Unidos na Síria na última sexta-feira (22). A queda de Abdul Hamid al-Matar ocorre dias depois de uma base no sul do país, usada pela coalizão capitaneada pelos EUA na luta contra o Estado Islâmico (EI), ter sido alvo de uma ofensiva extremista. As informações são da redeFrance24.
“Um ataque aéreo dos EUA hoje no noroeste da Síria matou o líder da Al-Qaeda Abdul Hamid al-Matar”, disse o porta-voz do Comando Central, Major John Rigsbee, em um comunicado, acrescentando que a operação foi executada por uma aeronave modelo MQ-9.
“A remoção deste líder sênior da Al-Qaeda interromperá a capacidade da organização terrorista de planejar e realizar ataques globais”, declarou a autoridade militar.
No dia 20 de setembro, o Pentágono anunciou a morte de Salim Abu-Ahmad, outro líder da Al-Qaeda na Síria, em uma ofensiva aérea perto de Idlib, no noroeste do país. Ele era acusado por Washington de “planejar, financiar e aprovar ataques transregionais”.
“A Al-Qaeda continua a representar uma ameaça para a América e nossos aliados. A Al-Qaeda usa a Síria como um porto seguro para reconstruir, coordenar com afiliados externos e planejar operações externas”, disse Rigsbee.
Segundo o Pentágono, a organização jihadista usa a Síria como um “paraíso” para reconstruir, coordenar e planejar operações.
Por que isso importa?
A guerra civil, que já dura dez anos, deixou mais de 13 milhões de pessoas dependentes de ajuda humanitária segundo dados recentes da ONU (Organização das Nações Unidas). Somente na região noroeste há 4 milhões de pessoas nessa situação.
O conflito opôs Rússia e Irã, aliados ao governo de Al-Assad, à Turquia. Mais de 590 mil pessoas morreram durante a guerra, que varreu a nação e deslocou mais da metade da população, que era de 23 milhões de pessoas.
Desde 2011, a oposição e líderes ocidentais exigem a saída de Assad, a quem acusam de crimes contra a humanidade. Apoiadores de Assad, por outro lado, criticam o que consideram uma interferência de Washington com o intuito de derrubar o presidente.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.Facebook