Líder iemenita diz que forças apoiadas pelos Emirados Árabes estão na ilha Mayun

Sobrinho do ex-presidente Ali Abdullah Saleh confirma que sua milícia, está instalada na base que vem sendo construída na ilha iemenita

No mais recente capítulo de uma história cheia de reviravoltas, a base aérea que vem sendo construída na ilha de Mayun, no Iêmen, está novamente associada aos Emirados Árabes Unidos (EAU). A informação é da Associated Press (AP). 

Sobrinho do ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, Tariq Saleh concedeu entrevista ao serviço árabe da agência de notícias estatal russa Sputnik. “Temos forças aliadas à Guarda Costeira do Iêmen presentes na ilha Mayun”, disse o militar, que comanda uma milícia apoiada pelos Emirados Árabes Unidos.

Saleh ainda confirmou uma informação divulgada em maio de que a Arábia Saudita está igualmente presente no local, a fim de dar suporte ao governo do Iêmen na luta contra a milícia rebelde dos houthis. “Também há na ilha um pequeno grupo da coalizão liderada pelos sauditas”, declarou.

Líder iemenita Tariq Saleh, sobrinho do ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh (Foto: Divulgação)

Dados de rastreamento marítimo analisados pela AP confirmam a presença de ao menos duas embarcações com bandeira dos Emirados Árabes Unidos na ilha desde o dia 1º de junho. As duas fragatas também estiveram nas cidades iemenitas de Mokha e Mukalla antes de retornarem ao seu país.

Mudança de lado

O próprio Saleh foi aliado dos houthis até 2017, quando mudou de lado após a milícia rebelde assassinar seu tio. Estima-se que, atualmente, o comandante tenha 20 mil tropas à sua disposição em Mokha. Segundo analistas internacionais, essas forças não têm vínculo nem obedecem às ordens do Ministro da Defesa iemenita.

Em meio à incerteza sobre quem é o responsável oficial pela base aérea, Saleh reforçou a soberania de seu país em Mayun, apesar da presença estrangeira. “A ilha pertence e continuará a pertencer ao Iêmen”.

Mayun, também conhecida como Ilha Perim, fica 3,5 km ao sudoeste da costa do Iêmen. Há séculos as maiores potências internacionais reconhecem a importância estratégica do local, sobretudo desde abertura do Canal de Suez, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho.

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