Síria usou armas químicas em ataques em 2017, diz Opaq

Gases sarin e cloro, proibidos por convenção assinada por 190 países, foram usados pelas forças armadas

O governo da Síria usou os gases sarin e cloro em pelo menos três ataques, em março de 2017, em Ltamenah, região central do país. A conclusão é da Opaq (Organização pela Proibição de Armas Químicas), em relatório divulgado nesta quarta (8).

As investigações cobriram incidentes nos dias 24, 25 e 30 de março de 2017, que atingiram ao menos 100 pessoas. Os gases usadas pela Síria nessas ocasiões foram banidas em 1997, pela Convenção de Armas Químicas.

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Resto de arma após ataque em Homs, na Síria (Foto: UN Photo)

“Ataques de natureza tão estratégica só teriam acontecido com base em ordens das mais altas autoridades do comando militar da República Árabe Síria. Mesmo que uma autoridade possa ser delegada, a responsabilidade, não”.

Para produzir o documento, a Opaq conduziu entrevistas com testemunhas, fez análise de amostras colhidas nos locais atingidos por armas químicas, examinou imagens, incluindo de satélites, e sintomas de vítimas e dos médicos e enfermeiros responsáveis por atendimentos. Os dados foram colhidos entre junho de 2019 e março de 2020.

A organização não tem autoridade para responsabilizar criminalmente os envolvidos. A tarefa deverá ser realizada por órgãos como a Convenção de Armas Químicas, que reúne 190 países, e o secretariado-geral da ONU.

Em 2015, a Opaq e a ONU, por meio do Conselho de Segurança, iniciaram um “mecanismo investigativo conjunto” para apurar denúncias anteriores de ataques com armas químicas na Síria. A missão não foi renovada em novembro de 2017, após veto da Rússia, e encerrada na sequência.

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