Turista francês que está preso no Irã desde maio de 2020 inicia greve de fome

Benjamin Briere foi detido sob as acusações de espionagem e de fazer propaganda contra o Irã, após tirar fotos em área de acesso restrito

O turista francês Benjamin Briere, que está preso no Irã desde maio de 2020, iniciou uma greve de fome para protestar contra os maus-tratos que alega sofrer no cárcere. As informações foram confirmadas na segunda-feira (27) pela irmã e pelo advogado dele, de acordo com a agência Reuters.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da França, autoridades do país estão em contato permanente com Birere, a quem fizeram uma visita no dia 21 de dezembro.

O turista foi preso sob as acusações de espionagem e de fazer propaganda contra o Irã, após usar um drone para fazer fotos aéreas de uma região de acesso restrito, nas proximidades da fronteira iraniana com o Turcomenistão.

Benjamin Briere, turista francês preso no Irã desde maio de 2020 (Foto: reprodução/Twitter)

“O sentimento de abandono e a angústia levaram Benjamin Briere a iniciar uma greve de fome para alertar as autoridades iranianas e francesas do absurdo de sua detenção“, disseram sua irmã Blandine Briere e o advogado Philippe Valent.

De acordo com Saeid Dehghan, advogado de Birere no Irã, a decisão de iniciar a greve de fome veio após ser negado a ele contato com a família por ocasião do Natal. O advogado, que no Twitter se diz defensor dos direitos humanos, usou seu perfil para contestar a detenção.

“Não parece importar que um turista estrangeiro passe seu segundo #Natal em prisões iranianas. Mas ele fez #grevedefome porque não teve permissão para entrar em contato com a família para a ocasião. O que o Tribunal Revolucionário de Mashhad espera para ouvir as acusações políticas contra #BenjaminBriere que está agora sob custódia por 570 dias?!”, diz ele no post.

Recentemente, Dehghan disse ter conseguido derrubar outras duas acusações pesadas contra o francês. A primeira, de consumo de álcool, prevê punição por açoite. Já a segunda acusação derrubada pelos promotores, “corrupção na Terra”, é considerado um dos mais graves do código penal iraniano e poderia levar a uma sentença de pena de morte.

A irmã dele chegou a publicar uma carta aberta ao presidente Emmanuel Macron, na qual dizia que as acusações contra ele são “sem fundamento” e que o irmão teria sido transformado em um “instrumento de negociação” pelo governo do Irã.

A Guarda Revolucionária do Irã prendeu dezenas de cidadãos de dupla nacionalidade e estrangeiros nos últimos anos, principalmente sob acusações de espionagem. Ativistas de direitos humanos acusam Teerã de realizar esse tipo de detenção para usar os estrangeiros como moeda de troca, na tentativa de obter concessões de países ocidentais que impuseram sanções econômicas ao Irã.

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