Ruanda adota medidas emergenciais para conter avanço de vírus mortífero semelhante ao Ebola

Governo determina que funerais tenham número limitado de convidados e que apenas uma pessoa por vez trate de cada paciente

O governo de Ruanda tem adotado medidas emergenciais para conter o avanço do mortífero vírus de Marburgo, que se assemelha ao Ebola e tem alta taxa de mortalidade. Uma das decisões é a delimitar o número de pessoas presentes a enterros de vítimas da doença. As informações são da rede BBC.

Na última sexta-feira (27), o país confirmou que identificou um surto de Marburgo com oito mortos. Assim, quando uma pessoa morre em virtude da doença, o funeral pode contar com a presença de no máximo 50 convidados.

O ministério da saúde ruandês afirmou que “negócios normais e outras atividades” podem continuar normalmente, mas que os cidadãos precisam evitar contato próximo com quais “indivíduos sintomáticos”, citando como motivo de alerta febre, dores de cabeça, dores musculares, vômitos e diarreia.

Corpos de vítimas do Ebola são enterrados na Libéria, janeiro de 2015 (Foto: UNMEER/Martine Perret)

Nos hospitais que tratam de casos suspeitos, os pacientes só poderão receber visitas depois de 14 dias do surgimento dos sintomas. E apenas uma pessoa por vez será autorizado a lidar com cada caso, seja um profissional de saúde ou, na ausência desse, um familiar, como é comum em Ruanda.

A maioria dos casos relatados no país ocorreu na capital, Kigali. Entre os oito mortos registrados no início do surto, seis são profissionais de saúde. Atualmente, cerca de 300 pessoas que tiveram contato com os doentes estão sendo rastreadas, na tentativa de evitar que o vírus se alastre.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o vírus Marburgo é transmitido aos seres humanos pelo morcego da fruta. A doença começa de forma abrupta, com febre alta, dor de cabeça severa e mal-estar geral. 

O índice de fatalidade varia de 24% a 88%, dependendo de como os casos são geridos. A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) destaca que não existem vacinas nem tratamento antiviral, e os pacientes dependem da hidratação por via oral ou intravenosa. 

Surtos de Marburgo já foram registrados em AngolaÁfrica do SulQuêniaRepública Democrática do Congo e Uganda. 

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