A Marinha chinesa apontou um raio laser contra uma aeronave militar alemã que participava de uma missão da União Europeia no Mar Vermelho, segundo informou a Deutsche Welle (DW). O incidente ocorreu em 2 de julho, mas só foi divulgado seis dias depois. A missão tem como objetivo proteger rotas comerciais contra ataques da milícia houthi, que atua na região.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, o uso do laser representou “perigo para a tripulação” e foi classificado como “completamente inaceitável”. Autoridades de defesa afirmaram que a ação foi realizada “sem motivo e sem contato prévio”. Como resposta, o governo alemão convocou o embaixador da China em Berlim, Deng Hongbo – gesto que indica forte descontentamento diplomático.

A China negou qualquer provocação e, por meio de uma porta-voz, afirmou que o episódio “não corresponde aos fatos”, sugerindo que se tratou de um “mal-entendido”. O tipo de laser utilizado não foi especificado. A aeronave envolvida fazia parte da missão europeia Aspides, que conta com a participação de 30 militares alemães.
A missão Aspides atua no Mar Vermelho e no Mar Arábico com o objetivo de proteger embarcações civis dos ataques promovidos pelos houthis, milícia do Iêmen que, desde o início da guerra em Gaza, tem mirado navios ligados a países aliados de Israel. Juntamente com o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e a milícia Hezbollah, no Líbano, os houthis integram o chamado Eixo da Resistência – uma aliança informal liderada pelo Irã e voltada contra Israel e os Estados Unidos.