Em um momento de tensão crescente no Oriente Médio, o ministro da Defesa do Irã, Aziz Nasirzadeh, realizou sua primeira visita internacional desde o conflito de 12 dias com Israel, participando de uma cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX) na cidade portuária chinesa de Qingdao. A presença iraniana no encontro de líderes militares, que reúne dez países, incluindo China, Rússia, Índia e Paquistão, demonstra a intenção de Teerã de fortalecer alianças estratégicas fora do eixo ocidental. As informações são da revista Newsweek.
A cúpula, que ocorreu logo após um frágil cessar-fogo entre Irã e Israel, também contou com a participação de ministros da Defesa dos países membros da OCX, um bloco regional liderado por Beijing e Moscou que busca oferecer uma alternativa às instituições dominadas pelos EUA, como a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).

O Irã tem se movimentado após sofrer ataques sem precedentes inclusive dos EUA, que atingiram instalações nucleares e elevaram as tensões a um novo patamar. Além de parcerias miliares, Teerã reforça também os laços econômicos, especialmente com a China, que em junho importou um volume recorde de 1,8 milhão de barris de petróleo iraniano por dia.
Durante a cúpula, Nasirzadeh enfatizou a importância estratégica da China como parceira essencial para a manutenção da estabilidade regional, expressando a expectativa de que Beijing continue a apoiar a justiça e contribua decisivamente para a manutenção do cessar-fogo e a redução das tensões no Oriente Médio.
Já o ministro chinês da Defesa, Dong Jun, aproveitou a ocasião para criticar o crescimento do unilateralismo e do protecionismo no cenário internacional, ressaltando a necessidade de fortalecer a cooperação multilateral para preservar a paz e a estabilidade globais em um contexto de desafios crescentes.