Rússia exige veto à entrada da Ucrânia na Otan como condição para acordo de paz

Kremlin quer garantias de neutralidade ucraniana enquanto Trump e Putin negociam cessar-fogo de 30 dias

A Rússia quer garantias formais de que a Ucrânia permanecerá neutra e não ingressará na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como parte de um possível acordo para encerrar a guerra. A afirmação é do vice-ministro das Relações Exteriores Alexander Grushko, conforme relatou a rede BBC.

“Exigiremos que garantias de segurança inabaláveis façam parte deste acordo”, declarou Grushko à imprensa russa. Segundo ele, um dos principais pontos das negociações deve ser “o status neutro da Ucrânia e a recusa dos países da Otan em aceitá-la na aliança”.

As declarações ocorrem enquanto os EUA propõem um cessar-fogo de 30 dias e Donald Trump tenta avançar nas conversas com o presidente russo Vladimir Putin.

Secretária-geral adjunta da Otan, Radmila Shekerinska, em evento que marcou os três anos da invasão russa a Ucrânia (Foto: NATO/Flickr)

Enquanto as negociações avançam, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou Putin de tentar “sabotar” os esforços diplomáticos para um cessar-fogo imediato. A posição do Kremlin, que impõe condições rígidas para qualquer acordo, também levanta questionamentos sobre a viabilidade de uma trégua duradoura.

Entre os pontos em negociação, o Kremlin insiste em retomar completamente o controle da região de Kursk, onde tropas ucranianas lançaram uma incursão militar em agosto do ano passado, e quer esclarecimentos sobre como um cessar-fogo seria monitorado na linha de frente no leste ucraniano.

Trump, que prometeu resolver a guerra “no primeiro dia” de seu governo durante a campanha, mantém contato direto com Moscou desde sua posse. Ainda em fevereiro, ele realizou uma chamada de 90 minutos com Putin para discutir o início das negociações, o que voltará a acontecer nesta semana.

O presidente norte-americano disse no domingo (16) que pretende conversar com Putin na terça-feira (18) para discutir a divisão de “certos ativos” entre Rússia e Ucrânia. “Muito trabalho foi feito no fim de semana. Queremos ver se conseguimos encerrar essa guerra”, afirmou.

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