Governo chinês pune consultoria por falhas de auditoria relacionadas à Evergrande

PwC foi multada por não cumprir com suas obrigações na auditoria da "incorporadora imobiliária mais endividada do mundo"

A China aplicou uma multa de US$ 62,2 milhões à PwC por falhas no cumprimento de suas obrigações de auditoria relacionadas aos relatórios anuais e à emissão de títulos da Evergrande, incorporadora imobiliária chinesa que acumula mais de US$ 300 bilhões em dívidas. As informações são do South China Morning Post.

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China informou que confiscou 27,74 milhões de yuans (US$ 3,91 milhões) em receitas da PwC provenientes da auditoria da Evergrande, além de impor uma multa de 297 milhões de yuans (US$ 41,87 milhões), totalizando 325 milhões de yuans (US$ 45,8 milhões), segundo a agência estatal Xinhua.

Prédio da China Evergrande Centre, em Hong Kong (Foto: WikiCommons)

A penalidade foi imposta devido à falha da PwC em auditar adequadamente os relatórios anuais de 2019 e 2020 da Evergrande, durante os quais a empresa descumpriu diversos padrões de auditoria.

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China afirmou que a PwC não fez julgamentos profissionais adequados e não identificou fraudes financeiras significativas na Evergrande.

Endividamento

endividamento da Evergrande ilustra a crise enfrentada pelo setor imobiliário chinês, pilar de uma economia que vinha crescendo em ritmo vertiginoso e agora fraqueja. A expectativa de liquidação da empresa é um pesadelo não apenas para o governo chinês, mas também para os investidores globais.

Depois de expandir seus negócios e tomar empréstimos a uma velocidade alucinante, a incorporadora alega que tem lutado para juntar o dinheiro que precisa para honrar dívidas em atraso, empréstimos pendentes e salários atrasados.

A empresa chegou a perder pagamentos de cerca de US$ 20 bilhões em títulos internacionais, e em março de 2022 teve suspensa a negociação de suas ações na bolsa de Hong Kong. No dia seguinte ao anúncio, US$ 2,1 bilhões em dinheiro foram apreendidos por bancos para o pagamento de credores.


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