ONG brasileira que busca proteger araucária da extinção vence prêmio da ONU

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento anunciou vencedores do 14º Prêmio Equador

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e parceiros anunciam os vencedores do 14º Prêmio Equador, que reconhece povos indígenas e comunidades locais de 10 países. 

Selecionados entre mais de 500 indicações recebidas de 108 países, os vencedores são do Brasil, Burundi, Bolívia, Equador, Groenlândia, Guatemala, Libéria, Filipinas, Nepal e Zâmbia. 

O Instituto Zág, de Santa Catarina, foi o vencedor do Brasil. A organização liderada por jovens indígenas tem como foco o reflorestamento e a preservação dos saberes tradicionais relacionados à árvore araucária, conhecida como Zág, que possui valor sagrado e simbólico para os povos Xokleng.

O programa de reflorestamento do Instituto Zág ajudou a salvar a sagrada árvore Zág do Brasil, que possui valor nutritivo, espiritual, ancestral, medicinal e terapêutico (Foto: Anderson Coelho/Divulgação)

Suas atividades de reflorestamento, incluindo remoção de árvores invasivas, promoção de tradições ancestrais e extensão educacional, visam proteger a araucária como fonte de nutrição, medicina e identidade cultural, reconhecendo a profunda interdependência entre a árvore Zág e o povo Xokleng.

O presidente do Instituto Zág, Carl Gakran, afirma que a missão da entidade também significa a continuidade da sabedoria e ação de seus ancestrais. 

Ele adiciona que o reflorestamento é apenas um passo nessa luta, defendendo que território Lãklãno Xokleng precisa ser preservado para que as mudas tenham chance “em seu longo caminho até a maturidade”.

O Instituto Zág também está tomando outras medidas para defender o território, removendo espécies de árvores invasoras e valorizando as tradições e a cultura ancestral. 

O objetivo final é retirar as araucárias da lista de risco extremo de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza.

O prêmio foi anunciado na comemoração do Dia Mundial dos Povos Indígenas, marcado em 9 de agosto. Este ano, a data promoveu o papel fundamental dos jovens indígenas na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O Pnud lembra que os povos indígenas sempre foram líderes na proteção ambiental. Há uma estimativa de 476 milhões vivendo em mais de 90 países. E embora representem menos de 5% da população mundial, representam 15% dos mais pobres.

As 10 organizações escolhidas vão receber US$ 15 mil. O Prêmio Equador será concedido aos grupos de destaque de acordo com o inovador Quadro de Biodiversidade Global, acordado no final de 2022.

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