Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News
Apesar de sua riqueza de recursos naturais e potencial, a África Central continua enfrentando sérios desafios, desde instabilidade política até crescentes necessidades humanitárias.
Com a violência piorando tanto na Bacia do Lago Chade quanto nos Grandes Lagos, o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu na segunda-feira (9) para examinar as ameaças enfrentadas pela região.
“A África Central continua rica em potencial, mas os desafios ainda são significativos”, disse Abdou Abarry, Chefe do Escritório Regional da ONU para a África Central (Unoca).
Algum progresso
Embora países como Chade e Gabão tenham feito progressos em termos de desenvolvimento político, as autoridades recém-eleitas devem aproveitar esse momento para implementar reformas democráticas importantes, disse Abarry.

No Chade e no Gabão, eleições e reformas recentes promoveram maior participação das mulheres no processo democrático.
Atualmente, as mulheres representam 34% da Assembleia Nacional do Chade, enquanto o novo código eleitoral do Gabão determina que as mulheres devem representar pelo menos 30% das listas eleitorais fornecidas aos eleitores.
Desafios políticos
Nos últimos meses, a desinformação online e o discurso de ódio têm aumentado em Camarões, afirmou Abarry. A Unoca relatou que 65% do conteúdo político compartilhado nas redes sociais entre janeiro e abril deste ano era falso ou previamente manipulado.
Ao mesmo tempo, Camarões tem testemunhado um aumento da violência intercomunitária nas regiões sul e central do país. Essa tendência ressalta a importância do trabalho da Unoca no apoio a estratégias de desenvolvimento voltadas à prevenção de conflitos relacionados aos processos eleitorais.
Focos de insegurança
Dois grandes centros de insegurança persistem, com a violência aumentando tanto na Bacia do Lago Chade quanto na região dos Grandes Lagos.
Ao redor do Lago Chade, grupos afiliados aos extremistas do Boko Haram e outras insurgências armadas demonstraram “sua resiliência e capacidade de se adaptar e responder às operações coordenadas das forças de defesa e segurança” da região, disse o Sr. Abarry.
Notavelmente, na noite de 24 de março, drones carregando explosivos mataram pelo menos 19 soldados camaroneses no sul da Nigéria.
Enquanto isso, as crescentes tensões entre a República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda levaram a deslocamentos em larga escala no leste da RDC, onde a crise humanitária é ainda mais agravada pelo conflito no vizinho Sudão.
À medida que os cortes no orçamento agravam as crises humanitárias em curso na região, há uma preocupação crescente de que “a inação da comunidade internacional possa levar a uma piora da situação humanitária”, disse o chefe da Unoca aos embaixadores.