O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na quarta-feira (25) que o aumento dos investimentos militares dos países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pode ajudar a evitar futuras agressões de Moscou. “A Europa assumindo mais responsabilidade pela segurança ajudará a prevenir desastres como a situação horrível entre Rússia e Ucrânia”, declarou, durante entrevista coletiva ao fim da cúpula da aliança em Haia. As informações são da agência Associated Press (AP).
A declaração foi feita logo após Trump se reunir com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Os dois conversaram à margem do encontro de líderes da Otan, que terminou com a aprovação de uma nova meta de gastos dos países-membros: 5% do Produto Interno Bruto (PIB) deverá ser direcionado a despesas com defesa e segurança até 2035 — mais que o dobro da meta anterior, de 2%.
Trump afirmou que essa mudança de postura dos aliados pode alterar inclusive os rumos da guerra iniciada pela invasão russa em fevereiro de 2022. Para ele, tal ideia é do interesse do presidente russo Vladimir Putin. “Ele quer sair disso. É um desastre para ele”, disse o norte-americano. “Ele ligou outro dia e disse: ‘Posso te ajudar com o Irã?’. Eu disse: ‘Não, você pode me ajudar com a Rússia’.”

Apoio a Kiev
Zelensky, que tem pressionado os aliados por mais apoio militar, destacou que também discutiu com Trump possíveis parcerias para a produção de drones em território ucraniano, além da compra de sistemas de defesa aérea norte-americanos. Segundo ele, o encontro serviu para expor “o que está realmente acontecendo no terreno”.
Durante a conversa com jornalistas, Trump foi questionado por uma repórter ucraniana sobre o envio de mais baterias de mísseis Patriot para Kiev. Ele sinalizou abertura, embora tenha lembrado da alta demanda.
“Eles querem ter os mísseis antimísseis, como eles chamam, os Patriots. E vamos ver se podemos disponibilizar alguns. Nós também precisamos. Estamos fornecendo para Israel, e eles são muito eficazes, 100% eficazes. Difícil de acreditar como são eficazes. Eles querem isso mais do que qualquer outra coisa”, disse o norte-americano.
Embora a Ucrânia não seja membro da Otan, o país permanece no centro das discussões da aliança. Durante a cúpula, o Reino Unido prometeu enviar 350 mísseis de defesa aérea financiados com o equivalente a 70 milhões de libras.