Deflação nas fábricas chinesas persiste pelo 34º mês

Inflação ao consumidor na China fica estável em julho.

A inflação ao consumidor da China permaneceu inalterada em julho, enquanto os preços ao produtor caíram mais do que o esperado, refletindo a fragilidade da demanda interna e o impacto das tensões comerciais globais, segundo dados divulgados neste sábado pelo National Bureau of Statistics (NBS). As informações são da Bloomberg e da Reuters.

De acordo com a Bloomberg, o índice de preços ao consumidor (CPI) ficou estável em relação ao mesmo mês de 2024, contrariando a expectativa mediana de queda de 0,1% e encerrando uma sequência de quatro meses de deflação em junho. Já o Índice de Preços ao Produtor (PPI) recuou 3,6% na comparação anual, igualando a queda de junho e marcando o 34º mês seguido de deflação nas fábricas – resultado que superou a previsão de queda de 3,3% indicada por analistas ouvidos pela Reuters.

O primeiro-ministro da China, Li Qiang (Foto: WikiCommons)
O primeiro-ministro da China, Li Qiang (Foto: WikiCommons)

Segundo o NBS, fatores como clima extremo e incertezas no comércio global contribuíram para o recuo dos preços em alguns setores industriais. A agência citou que a temporada de monções no leste e sul da China, com chuvas mais intensas que o normal, e ondas de calor severas em áreas costeiras agravaram as pressões sobre a economia.

A Bloomberg destaca que a desaceleração está ligada a uma “guerra de preços” entre empresas, fenômeno que o governo chinês tenta conter com uma campanha para reduzir a concorrência excessiva, principalmente em setores como veículos elétricos e inteligência artificial. O presidente Xi Jinping chegou a defender, em julho, o fim da chamada “involução” – competição intensa e pouco produtiva que reduz margens e salários.

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