No sul da Índia, a pequena aldeia de Kodinhi já é conhecida como “a aldeia dos gêmeos de Deus”. Ali, as mães parecem ter gêmeos com uma frequência muito maior do que em outras regiões. Especialistas apontam fatores genéticos, idade materna e, em alguns casos, tratamentos de fertilidade como possíveis explicações. As informações são do The Economist.
Pesquisadores do Instituto Max Planck e da Universidade de Estocolmo projetam que a Índia poderá registrar um crescimento de mais de 50% na taxa de gêmeos até 2050. Isso significa que, de sete gêmeos para cada mil nascimentos em 2010, a taxa poderá chegar a 11 a cada mil. Outros países do Sul da Ásia, como Bangladesh, Maldivas e Nepal, também podem acompanhar a tendência.

Além da genética, a idade materna é um fator importante. Mulheres acima de 35 anos têm quatro vezes mais chance de ter gêmeos do que aquelas com menos de 18 anos. Alguns tratamentos de fertilidade também aumentam a probabilidade de nascimentos múltiplos, embora seu uso esteja diminuindo em muitas regiões.
Impacto nos sistemas de saúde
O aumento de nascimentos múltiplos exigirá investimentos em unidades de terapia intensiva neonatal e maior acesso a cesarianas. Gerenciar uma gravidez de gêmeos pode custar até cinco vezes mais do que uma gravidez única, um desafio significativo para países com grandes populações e recursos limitados.
O aumento da taxa de gêmeos no Sul da Ásia não é apenas uma curiosidade demográfica. De acordo com a reportagem, ele exige planejamento em saúde pública para reduzir riscos e garantir que os avanços na mortalidade infantil não sejam comprometidos. Kodinhi já dá pistas do que está por vir.
Riscos da gravidez múltipla
Gravidezes gemelares são mais arriscadas para mães e bebês. Gêmeos têm maior chance de nascer prematuros, com baixo peso ou até não sobreviver ao primeiro mês de vida. Um estudo na Índia mostrou que a mortalidade entre gêmeos pode ser até dez vezes maior do que entre bebês únicos.