O governo da Lituânia anunciou nesta segunda-feira (27) que fechará por tempo indeterminado os postos de fronteira com Belarus e derrubará balões usados para contrabando que violarem seu espaço aéreo. A medida foi confirmada pela primeira-ministra Inga Ruginiene após uma reunião emergencial da Comissão de Segurança Nacional. As informações são da Al Jazeera.
Nas últimas semanas, o Aeroporto de Vilnius foi forçado a suspender operações quatro vezes após a detecção de balões que cruzaram a fronteira vindos de Belarus. Segundo as autoridades, os dispositivos estariam sendo utilizados por contrabandistas para transportar cigarros ilegais à União Europeia (UE).
Ruginiene afirmou que as ações de Belarus configuram “ataques híbridos” e que o governo responderá “com as medidas mais rigorosas”.
“Diplomatas e correspondência diplomática poderão circular, assim como cidadãos da União Europeia vindos de Belarus. Todos os demais movimentos serão bloqueados. Nenhum ataque híbrido será tolerado”, declarou a primeira-ministra, segundo a emissora pública LRT.
De acordo com a Al Jazeera, o governo de Vilnius estuda acionar o Artigo 4 da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que permite consultas entre membros quando a segurança ou integridade territorial de um país está sob ameaça. A Lituânia também planeja impor novas sanções contra o regime de Alexander Lukashenko, acusado de não coibir o contrabando e de utilizar a fronteira como instrumento de pressão política.
“Estamos coordenando nossas ações com Polônia e Letônia. A Lituânia não age isoladamente, tudo é feito em consonância com a Otan e a União Europeia”, reforçou Ruginiene.
O ministro das Relações Exteriores, Kestutis Budrys, classificou as recentes violações aéreas, incluindo um sobrevoo de aeronaves russas por 18 segundos no espaço lituano, como “provocações calculadas para testar a resposta da Otan”.
A líder da oposição belarussa exilada na Lituânia, Sviatlana Tsikhanouskaya, afirmou que o uso de balões para contrabando representa “mais uma forma de agressão híbrida contra a Europa” e pediu que a comunidade internacional pressione Minsk a encerrar as práticas ilegais.
Além do fechamento da fronteira, o governo lituano pretende apresentar uma emenda ao Código Penal que prevê prisão como pena máxima para o crime de contrabando.