Como o Japão está usando aeroportos e portos civis para se preparar para um hipotético conflito com a China

O Japão utilizou aeroportos e portos civis para exercícios militares inéditos, reforçando sua capacidade de defesa diante de ameaças crescentes da China. As Forças de Autodefesa e a guarda costeira japonesa treinaram operações conjuntas em instalações civis e militares, simulando cenários em que bases estratégicas estivessem indisponíveis. As informações são da Newsweek.

Segundo o Ministério da Defesa do Japão, 40 instalações civis – incluindo 14 aeroportos e 26 portos marítimos – foram designadas para uso em emergências e treinamentos. A iniciativa busca garantir operações rápidas e flexíveis em caso de conflito, especialmente considerando o aumento da presença militar chinesa na região do Mar da China Oriental e ao redor de Taiwan.

Caças F-15 japoneses (Foto: WikiCommons)

Durante os exercícios, caças F-15 pousaram e reabasteceram no Aeroporto de Kagoshima pela primeira vez, enquanto o contratorpedeiro JS Ashigara carregou mísseis em um porto civil, destacando a integração de forças aéreas e navais em instalações civis. Outros exercícios antinavio ocorreram na ilha de Amami Oshima, com mísseis Tipo 12 e Tipo 88, capazes de neutralizar embarcações invasoras.

O Comando de Operações Conjuntas das Forças de Autodefesa afirmou que o uso de aeroportos e portos civis é essencial para responder de forma eficaz, mesmo em situações desafiadoras, diante do “ambiente de segurança mais severo e complexo desde a Segunda Guerra Mundial”.

O Japão continua monitorando a expansão militar chinesa e pode ampliar a lista de instalações civis designadas para treinar suas Forças de Autodefesa, reforçando a preparação nacional para possíveis conflitos na região.

Riscos e alianças

O risco de o Japão ser arrastado para um conflito envolvendo Taiwan preocupa cada vez mais autoridades japonesas. A proximidade geográfica entre os dois territórios reforça essa apreensão: a ilha de Yonaguni, a mais ocidental do Japão, está situada a apenas 113 quilômetros da costa taiwanesa. A tensão aumentou em fevereiro, quando veículos da imprensa japonesa divulgaram que um destróier do país havia cruzado o Estreito de Taiwan.

Além de fortalecer sua estrutura militar, o Japão tem buscado aprofundar alianças estratégicas com outras democracias da região. Em abril, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba esteve nas Filipinas, onde se reuniu com o presidente Ferdinand Marcos Jr. para iniciar negociações sobre o compartilhamento de suprimentos militares e ampliar a cooperação em segurança.

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