Félicien Kabuga, acusado de ser um dos financiadores do genocídio de Ruanda, na África, em 1994, foi preso no último sábado (16) em Paris, pelas autoridades francesas. Ele vivia nos arredores da capital da França.
Kabuga, 84, estava foragido há duas décadas e figurava na lista dos fugitivos mais procurados do mundo. Em 1997, foi denunciado pelo Tribunal Penal Internacional da ONU para Ruanda, por sete acusações de genocídio e crimes contra a humanidade.
“A prisão de Kabuga envia uma mensagem poderosa de que aqueles que supostamente cometeram crimes não podem fugir da justiça”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, por meio de seu porta-voz. “Eventualmente, serão responsabilizados por suas ações, mesmo após um quarto de século.”
De abril a julho de 1994, Kabuga foi chefe do Fundo Nacional de Defesa, que ajudava a financiar o genocídio. Ele também foi presidente da Rádio Televisão Libre des Milles Collines, cujas transmissões foram usadas pelos extremistas hutus para incitar o ódio contra os tutsis e identificar alvos de assassinatos.
A prisão de Kabuga foi resultado de uma ação conjunta da autoridades francesas com o IRMCT (Mecanismo Residual Internacional para Tribunais Penais) das Nações Unidas, que o procurava desde 2013.