Ataque do Al-Shabaab com carro-bomba mata ao menos oito pessoas na Somália

Atentado tinha como alvo um comboio de veículos das forças de segurança, bem no momento em que passava perto de uma escola

A explosão de um carro-bomba matou ao menos oito pessoas e deixou 17 feridas em Mogadíscio, capital da Somália, na quinta-feira (25). O atentado tinha como alvo um comboio de veículos das forças de segurança que escoltava representantes da ONU (Organização das Nações Unidas), bem no momento em que passava perto de uma escola. As informações são da rede Voice of America (VOA).

“Uma enorme e ensurdecedora explosão mandou nuvens de fumaça para o céu, nos chocou e nos forçou a correr e nos esconder atrás das paredes”, disse uma testemunha que falou sob condição de anonimato. “Saí e vi os cadáveres de pelo menos oito pessoas e mais de dez feridos”.

“Um homem-bomba, dirigindo um carro SUV carregado de explosivos, dirigia ao lado de um comboio que fornecia segurança às Nações Unidas e detonou. A polícia contou os corpos de oito pessoas e outras 17 ficaram feridas”, disse o porta-voz da polícia de Mogadíscio, Abdifatah Aden Hassan.

Explosão de carro-bomba em Mogadíscio, capital da Somália (Foto: reprodução/Twitter)

A explosão destruiu pequenos negócios, um restaurante e parte da escola. Não ficou claro se entre as vítimas está algum dos representantes da ONU que faziam parte do comboio.

“A explosão ocorreu quando mais de mil alunos estavam nas aulas. Dezessete pessoas feridas na escola: 13 alunos, um professor e três motoristas da escola”, disse Yusuf Hussein Abdi, um dos administradores da escola. “Um tiroteio se seguiu à explosão, causando pânico e choque na escola, e forçou nossos alunos a fugirem para salvar suas vidas”.

Al-Shabaab assumiu a autoria do ataque através de suas redes de informação. O grupo habitualmente empreende ações semelhantes e ultimamente tem intensificado os ataques contra a população civil e as forças do governo. No sábado, um homem-bomba ligado à organização extremista acionou um dispositivo que matou um jornalista na capital nacional, ferindo um segundo profissional de imprensa.

Por que isso importa?

O Al-Shabbab chegou a controlar a capital Mogadíscio até 2011, quando foi expulso de lá pelas forças da União Africana. Atualmente, controla territórios nas áreas rurais da Somália e luta para derrubar o governo nacional.

O grupo concentra seus ataques no sul e no centro do país. As atividades envolvem ataques a órgãos e oficiais do governo e a entidades de ajuda humanitária, além de extorsão contra a população local e proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.

Dados apontam que os extremistas estiveram em mais de 400 episódios violentos no país entre julho e setembro do ano passado – o maior número desde 2018.

O confronto, porém, atualmente pende para o lado do exército. O objetivo dos militares é reconquistar territórios vitais para a economia do país, numa ofensiva que já dura cinco meses e é comandada pelo general Odowaa Yusuf Rageh. Em determinadas missões, ele faz questão de liderar pessoalmente os militares. 

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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