CEDEAO convoca nova cúpula após junta do Níger ignorar ultimato

Na quinta-feira, líderes da África Ocidental discutirão a situação em Niamei, já que a junta desafiou o prazo para restabelecer o presidente deposto, enfrentando a ameaça de intervenção militar

Nesta segunda-feira (7), as nações da África Ocidental anunciaram pelo Twitter uma nova cúpula de emergência para abordar a crise política no Níger agravada por um golpe de Estado, depois que os líderes militares ignoraram um ultimato para devolver o poder ao presidente deposto, Mohamed Bazoum. As informações são da rede France 24.

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), principal bloco econômico da região, havia dado à junta um prazo de sete dias para a reintegração do presidente, que expirou no domingo (6), ameaçando uma possível intervenção militar caso não fosse cumprido.

Em resposta, a junta fechou o espaço aéreo do país. A próxima reunião será convocada pelo presidente da Nigéria e presidente da CEDEAO, Bola Ahmed Tinubu, em Abuja, na quinta-feira. Os líderes discutirão a situação política e os acontecimentos recentes no Níger durante a cúpula.

Analistas apontam a necessidade de uma posição unificada dos líderes regionais para encontrar uma solução imediata e evitar uma escalada que afete toda a região da África Ocidental.

Nigéria, Senegal, Costa do Marfim e Benin estão dispostos a enviar tropas ao Níger, caso a CEDEAO apoie o restabelecimento de Bazoum, que estaria em cativeiro.

Líderes da CEDEAO discutirão a situação política e os recentes eventos no Níger em reunião nesta semana (Foto: Ecowas – Cedeao/Twitter)

Bazoum foi detido por membros de sua guarda presidencial em 26 de julho, e o general Abdourahamane Tchiani se declarou chefe de um governo de transição, resistindo às ameaças de reverter o golpe, dois dias após a tomada do governo.

Desde então, a junta militar que assumiu o poder central deteve políticos importantes, em um movimento que contraria os apelos internacionais. Entre as figuras detidas estão os ministros de Minas e do Petróleo do governo deposto e o chefe do partido no poder, entre outros. O gesto foi aplaudido por juntas dos países vizinhos Burkina FasoMali e Guiné, que manifestaram seu apoio aos líderes golpistas.

O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), luta contra o alastramento do Boko Haram, ligado à Al-Qaeda, e do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental), ambos da Nigéria, que já expandiram sua atuação para o Níger.

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