Cresce demanda na África por composto “contra coronavírus”, mesmo após alerta

País afirma que bebida leva a cura e prevenção do novo coronavírus; OMS alerta para falta de evidências científicas

Mesmo após alertas da OMS (Organização Mundial da Saúde), países africanos vêm aumentando pedidos por um suposto remédio, à base de ervas, que agiria contra o coronavírus. O composto foi lançado em abril em Madagascar, país insular na costa oeste africana.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que não há evidência da suposta cura prometida pelas autoridades malgaxes. As informações são da agência de notícias Reuters.

O presidente Andry Rajoelina apareceu em rede nacional bebendo o fitoterápico “Covid-19 Organics” que, segundo ele, já teria curado duas pessoas. O suposto medicamento foi desenvolvido pela estatal Instituto Malgaxe de Pesquisa Aplicada.

Remessa do fitoterápico malgaxe enviada a Guiné Equatorial no dia 30 de abril (Foto: Andry Rajoelina/Twitter)

A bebida é feita a partir da planta Artemisia annua, que é usada em medicamentos contra a malária, afirma a OMS, mas a planta em si não trata a doença. No entanto, para a Covid-19, não há nenhum teste científico sólido que embase o uso da planta ou da bebida feita em Madagascar.

Mesmo assim, na última sexta (1º), Rajoelina usou suas redes sociais para agradecer o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pela iniciativa de levar o suposto remédio ao seu país. Uma delegação da Tanzânia também já esteve em Madagascar para pegar o produto.

O produto já foi distribuído de forma gratuita para os dois países, além de Guiné Equatorial, Congo e Libéria. Um assessor jurídico do presidente informou à reportagem que agora a garrafa da bebida será vendida no país por 40 centavos de dólar norte-americano.

Onde fica Madagascar (Foto: Reprodução/Google Maps)

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