Dois ataques do Al-Shabaab matam três pessoas em Mandera, no Quênia

Este é o mais recente ataque do grupo jihadista no país após alguns dias de calmaria no condado

Dois ataques separados empreendidos pelo grupo jihadista Al-Shabaab, no último final de semana, terminaram com a morte três pessoas no condado de Mandera, no Quênia. A informação foi confirmada nesta segunda-feira pelo site somali Garowe Online.

No primeiro ataque, os jihadistas armaram uma emboscada contra um grupo de três pessoas que seguiam em um veículo para a cidade de Mandera, no sábado. Diversos tiros foram disparados contra o veículo, e uma mulher doente que era levada ao hospital acabou morrendo.

Horas depois daquele ataque, uma segunda ação terminou com a morte de um homem e o filho ele, que foram mortos quando seguiam viagem rumo à cidade de Fino.

Este é o mais recente ataque após alguns dias de calmaria. Em junho, as ações dos jihadistas paralisaram operações no condado, já que a maioria das estradas ficou intransitável.

Ataques do Al-Shabaab matam três pessoas no Quênia
Homem resgatado de um grupo sequestrado por combatentes do al-Shabab em 2014, na Somália (Foto: AMISOM Public Information/Flickr)

Sequestros

Uma década após o Quênia ingressar na luta contra o Al-Shabaab, que tem como sede a vizinha Somália, a violência aumentou no nordeste do país, com registro de uma onda de sequestros em vilarejos e cidades. Um relatório de abril de 2020 indica que pelo menos 11 raptos ocorreram em Mandera ao longo do ano anterior.

Entre as ações mais ousadas do grupo, destaca-se uma executada em 2019, quando dois médicos cubanos que trabalhavam em Mandera foram sequestrados. Os profissionais integravam uma equipe médica de 100 pessoas, enviada da ilha caribenha para trabalhar no Quênia por meio de um acordo entre os dois países.

”Os sequestros beneficiam o Al-Shabaab, não apenas em ganhar a atenção da mídia, mas também em adquirir profissionais treinados, como conhecimento médico, para tratar seus militantes e comunidades nas áreas que eles controlam”, explica Tabitha Mwangi, consultora de segurança sediada na capital Nairóbi.

Segundo ela, o sequestro mediante resgate é uma tática comum utilizada pelos terroristas para financiar suas operações e deslegitimar os governos.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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