Em Moçambique, extremistas do EI decapitam 50 pessoas no norte do país

Ataques e saques a comunidades pelo Estado Islâmico tomaram a região desde 2017; área é rica em gás natural

Em mais um capítulo de violência extremista na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, extremistas decapitaram 50 pessoas na segunda-feira (9). Membros do Estado Islâmico assassinaram as vítimas em um campo de futebol, disse a polícia local à Deutsche Welle

Palco de ataques brutais desde 2017, a província vive uma onda de terror após integrantes do EI tomarem uma área rica em gás natural em agosto.

O grupo avança sobre as cidades da região para saquear comunidades e recrutar novos militantes para o grupo. De acordo com autoridades moçambicanas, os decapitados foram capturados em diversas aldeias da região na última semana.

“Eles incendiaram casas e caçaram as pessoas que fugiram para a floresta”, relatou um policial. Além das mortes, os militantes também sequestraram mulheres e crianças.

Terror em Moçambique: extremistas decapitam 50 pessoas em Cabo Delgado
Parte da população de Cabo Delgado, em Moçambique, busca ajuda das operações dos Médicos Sem Fronteiros para proteção (Foto: Divulgação/MSF)

Ao recrutar jovens sem perspectiva, o grupo indica o objetivo de construir um califado islâmico e impõe a sua força através de diversos ataques brutais. Sem amparo, a polícia moçambicana tenta lutar contra o avanço do extremistas – sem sucesso.

Ainda em abril, mais de 50 jovens teriam sido decapitados após recusarem se unir ao grupo.

A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que a fome, violência e dificuldade de acesso de ajuda humanitária já forçaram o deslocamento de mais de 300 mil cidadãos da província desde o início dos conflitos.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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