Com dificuldade, o exército de Moçambique tenta retomar o controle da cidade portuária de Mocímboa da Praia, no norte do país, tomada pelo grupo extremista EI (Estado Islâmico) na quarta-feira (12).
A localidade é próxima da fronteira com a Tanzânia. Serve como ponto de descarregamento de produtos para armazenamento de gás natural, em um local a 60 km. Gerenciado por gigantes do setor de petróleo, estima-se a reserva valha US$ 60 bilhões, informou a BBC.
O governo moçambicano afirmou que a retomada do local era “prioridade” e chegou a contratar engenheiros militares, mas ainda está atrás na disputa.
Há registro de que dezenas de soldados já morreram durante a ofensiva. Tropas do governo foram forçadas a se retirar do porto após ficarem sem munição.
Em suas redes, o EI publicou fotos das armas tomadas do exército de Moçambique na segunda-feira (10).
A diretora do Consórcio de Analistas e Pesquisadores em Terrorismo da África, Jasmine Oppermann, afirmou que a resposta do governo de Moçambique nos próximos dias será crítica na retomada da área.
Esse não é o primeiro ataque do EI a Mocímboa da Praia neste ano. Nos últimos meses, o grupo tem realizado ataques curtos várias cidades do norte do país, em especial na província de Cabo Delgado. A meta seria combinar propaganda e recrutamento de novos membros.
Os ataques começaram ainda em 2017, mas se intensificaram neste ano depois que o grupo paramilitar Ahulu Sunnah Wa-Jama jurou fidelidade ao EI.
A Tanzânia afirmou que vai lançar uma ofensiva contra os jihadistas na fronteira com Moçambique, próximo da área em disputa.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.