Uma onda de sequestros tem ocorrido no Estado de Kaduna, no noroeste da Nigéria. No domingo (4), homens armados invadiram um hospital na cidade de Zaria e sequestraram oito pessoas, entre elas um bebê. Nesta segunda (5), houve registro de um rapto em massa em uma escola. As informações são da agência Reuters.
Entre as pessoas raptadas no centro de saúde, a polícia identificou duas enfermeiras – uma com seu filho de um ano de idade -, um técnico de laboratório, um segurança e um outro funcionário não identificado.
A ação da quadrilha teve sequência com um assalto à delegacia de polícia local, que deixou três oficiais gravemente feridos, conforme relatou o The Times.
Segundo a agência Anadolu, os bandidos teriam invadido o local em grande número, disparando contra os policiais. Na fuga, os criminosos bloquearam uma ponte para dificultar a perseguição. A responsabilidade seria de grupos criminosos conhecidos localmente como “Bandidos”.
Estudantes sequestrados
Já nesta segunda-feira (5), reportagem da BBC News relatou que cerca de 150 alunos da Escola Bethel Baptist, a cerca de 80 km de Zaria, foram surpreendidos por um grande grupo de homens armados que chegaram ao educandário em motocicletas, quebraram a cerca e invadiram o local.
Em nota, a polícia relatou que os criminosos “dominaram os seguranças e raptaram um número não especificado de estudantes”, levando-os para uma floresta nas proximidades.
Um total de 26 pessoas – incluindo uma professora – foram resgatadas no decorrer do dia, disse o comunicado oficial.
As autoridades atribuem os recentes ataques a escolas no noroeste do país à ação dos “Bandidos”, termo utilizado pela polícia local para classificar sequestradores, assaltantes armados, ladrões de gado e outras milícias armadas que operam na região motivadas por dinheiro.
Lei propõe criminalizar resgate
Sequestros em massa ocorrem com frequência no país. Mais de 800 estudantes foram sequestrados desde dezembro, dos quais pelo menos 150 continuam desaparecidos. Muitos desses crimes são cometidos por insurgentes armados do grupo Boko Haram.
Recentemente, um projeto de lei que tramita no Parlamento nigeriano propôs proibir que civis paguem resgates para libertar vítimas de sequestros em massa, reportou a emissora VOA (Voice of America). Se aprovado, o dispositivo criminaliza o pagamento pela soltura das vítimas com até 15 anos de prisão.