RD Congo diz que cidadãos dos EUA estão entre os presos após golpe de Estado frustrado

Líder do golpe foi morto e 50 pessoas, entre elas norte-americanos, foram detidas após um à sede da presidência em Kinshasa

O exército da República Democrática do Congo (RDC) diz ter frustrado no domingo (19) uma tentativa de golpe de Estado contra o presidente Felix Tshisekedi em Kinshasa, a capital do país. Segundo o porta-voz do exército, Brig Gen Sylavin Ekenge, o líder da tentativa de golpe foi morto e 50 suspeitos foram presos, entre eles três cidadãos norte-americanos e um britânico naturalizado. As informações são da agência Reuters.

Homens armados atacaram a sede da presidência no centro de Kinshasa às 4h (horário local), detalhou Ekenge à emissora estatal RTNC TV, Ekenge. O porta-voz afirmou que a “situação está agora sob controle”.

Horas antes, um grupo armado atacou a casa de Vital Kamerhe, ex-chefe de gabinete e aliado próximo de Tshisekedi. Testemunhas relataram que cerca de 20 homens, vestidos com uniformes do exército, invadiram a residência, resultando em uma troca de tiros.

Felix Tshisekedi, presidente da RD Congo (Foto: reprodução/Twitter pessoal)

O ataque deixou dois guardas e um dos agressores mortos, segundo o porta-voz militar, que postou sobre o incidente no X, antigo Twitter. Ekenge identificou Christian Malanga, um político congolês que reside nos EUA, como o líder da tentativa de golpe.

Durante o ataque ao Palais de la Nation, a sede do gabinete do presidente da República, Malanga foi “definitivamente neutralizado”, enquanto Aboubacar foi neutralizado durante o ataque à residência de Vital Kamerhe, disse Ekenge à Reuters. “Os outros envolvidos, cerca de 50 no total, incluindo três cidadãos americanos, foram detidos e estão atualmente sob interrogatório pelos serviços especializados das Forças Armadas”, acrescentou o porta-voz.

Marcel Malanga, filho de Christian Malanga, estava entre os três cidadãos norte-americanos detidos. A embaixadora dos EUA no país, Lucy Tamlyn, manifestou surpresa diante dos relatos de envolvimento de americanos no incidente.

“Vamos cooperar plenamente com as autoridades congolesas para investigar esses atos criminosos e responsabilizar qualquer cidadão dos EUA envolvido”, disse Tamlyn em um comunicado.

A embaixada dos EUA já havia emitido um alerta de segurança sobre “atividades contínuas de elementos de segurança da RDC” e relatos de tiros na área.

O presidente da União Africana (UA), Moussa Faki, condenou fortemente a tentativa de golpe e elogiou a resposta das forças de segurança congolenses.

“Faki aproveita para repudiar qualquer tentativa de uso da força para alterar a ordem constitucional em qualquer país africano”, declarou um porta-voz da UA.

Uma página do Facebook, supostamente associada a Malanga, divulgou um vídeo ao vivo que aparentemente mostrava o ataque.

No vídeo, Malanga manifestou frustração: “Nós, os militantes, estamos cansados. Não podemos continuar com Tshisekedi e Kamerhe, eles fizeram muitas coisas estúpidas neste país”. A autenticidade do vídeo não foi verificada de forma independente pela Reuters.

Terceiro cidadão dos EUA identificado

O porta-voz do exército do Congo revelou nesta terça-feira (21) o nome do terceiro norte-americano envolvido no plano de golpe frustrado em Kinshasa. Enquanto isso, em Utah, familiares lamentavam a morte de Christian Malanga, o líder do ataque ao palácio presidencial no fim de semana.

Ekenge identificou o terceiro envolvido como Taylor Thomson. Segundo a agência Associated Press, não está claro se Thomson estava entre os presos ou mortos após os ataques ao palácio e à residência de um aliado do presidente Felix Tshisekedi.

Malanga, descrito como um norte-americano naturalizado por Ekenge, foi morto durante um tiroteio no palácio. O Departamento de Estado dos EUA não confirmou sua cidadania. Os outros dois americanos envolvidos eram um traficante de maconha condenado e o filho de Malanga, Marcel, de 21 anos.

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